Caro Leitor(a)
Terraformação
Seus
próprios criadores reconhecem que se trata de uma estratégia que pode parecer
obra de ficção científica, mas eles acreditam que já é possível sonhar com esse
efeito de terraformação.
Cientistas
da Nasa dizem que Marte poderia ser habitável caso fosse criado artificialmente
algo que a Terra já tem: um campo magnético protetor.
Esse
escudo é essencial para evitar o impacto da radiação e dos ventos solares, que
assolam continuamente a atmosfera dos planetas.
De acordo
com pesquisadores da Divisão de Ciência Planetária da Nasa, pode ser possível
gerar um campo semelhante ao redor do Planeta Vermelho.
De olho no passado
Hoje,
Marte é um planeta dominado pelos extremos. A falta de atmosfera faz, por exemplo,
com que a temperatura média seja de -63°C, mas com variações que vão de 35°C
durante o dia até -140°C durante a noite.
Mas o
Planeta Vermelho era muito diferente no passado: dados das missões Maven, da
Nasa, e Mars Express, da ESA (agência espacial européia) sugerem que ele tinha um campo magnético natural.
Essa
proteção sumiu há cerca de 4,2 bilhões de anos, eventualmente pelo resfriamento
do núcleo do planeta. Como resultado, a atmosfera marciana desapareceu
gradualmente ao longo do tempo, varrida pelo vento solar. Na Terra, a
magnetosfera impede essa varrição cósmica.
O que os
pesquisadores propõem, então, é recuperar a atmosfera marciana usando
tecnologia para criar uma magnetosfera artificial e restaurar o planeta Marte
do passado, com sua atmosfera, temperaturas mais altas e eventualmente até com
parte de seus antigos oceanos.
Campo magnético artificial protegeria Marte da radiação e dos
ventos solares. [Imagem: NASA]
Campo magnético
"No
futuro, é bem possível que ela (a tecnologia) possa gerar um campo magnético de
1 a 2 Teslas contra o vento solar", disse Jim Green, da divisão de ciência
planetária da Nasa.
Green e
seus colegas propõem a instalação de um dipolo magnético, na forma de um
satélite, para que ele acompanhe o planeta em sua órbita, protegendo-o. Um
dipolo é um elemento específico que produz um campo magnético dipolar (dois pólos magnéticos opostos).
O
cientista lembra que estão em andamento projetos para criar magnetosferas artificiais em miniatura para proteger
tripulantes de naves espaciais e mesmo escudos magnéticos para proteger naves na reentrada.
De acordo
com as simulações, um campo magnético implantado no ponto de Lagrange L1 -
ponto de equilíbrio gravitacional entre Marte e o Sol - seria capaz de ampliar
a espessura da atmosfera e produzir um aumento da temperatura em 4°C.
Marte é um planeta de condições extremas: as temperaturas vão
de -130°C a 35°C. [Imagem: NASA]
Colônia humana
O aumento
na temperatura do planeta é bem menor do que os cientistas esperavam, mas eles
acreditam que o efeito poderia se multiplicar.
O aumento
da temperatura, por sua vez, poderia derreter o dióxido de carbono no pólo norte do planeta. E isso criaria um efeito estufa que
aumentaria ainda mais a temperatura até alcançar condições compatíveis com a
presença de água no estado líquido.
"Uma
atmosfera marciana com maior temperatura e pressão permitiria que houvesse água
em estado líquido suficiente na superfície para melhorar a exploração humana na
década de 2040", disse Green.
Para ele,
se fosse criado um campo magnético artificial, "as novas condições em
Marte permitiriam que os pesquisadores e exploradores estudassem o planeta com
muito mais detalhes. E se isso for alcançado... a colonização de Marte não
estará muito longe."
Quando Marte perdeu o campo magnético, sua atmosfera foi
progressivamente eliminada. [Imagem: NASA]
Cautela
Apesar do
entusiasmo com a idéia, trata-se ainda de
um conceito, e a equipe reconhece que este primeiro estudo está longe de
oferecer as soluções definitivas para prover habitabilidade em Marte.
As
simulações não contam com dados suficientes para prover cenários confiáveis
sobre como o escudo artificial impactaria o clima marciano. E, principalmente,
a tecnologia para a geração do campo magnético ainda está por ser desenvolvida.
Em
discursos, executivos da NASA insistem em uma presença humana em Marte na
década de 2030, mas mesmo os planos mais detalhados para colocar o homem em Marte em 2039 ainda não estão em andamento.
Fonte: Inovação Tecnológica
Obrigado pela sua visita e volte sempre!
Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor
e Pesquisador Independente das Ciências:
Espacial; Astrofísica; Astrobiologia e Climatologia, Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de
conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e
ESA (European Space Agency.
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