Caros Leitores,
Já há algumas ideias sobre como "ver" dimensões extras do espaço - alguns físicos acreditam que a matéria escura pode ser extradimensional.[Imagem: Andrew J. Hanson/Indiana University]
Dimensão
perdida
"Qual é a 5ª dimensão? Eu sei que a primeira é a altura, a segunda
é a largura, a terceira é a profundidade e a quarta, o tempo. Mas ninguém
parece saber o que é a quinta!".
Esta pergunta foi enviada por Lena Komaier-Peeters, uma menina de 12
anos, a um programa de divulgação científica da emissora britânica BBC.
Os organizadores do programa foram tentar encontrar alguma pista para
responder às perguntas da garota no LHC, o maior experimento científico já
construído, onde físicos do mundo todo tentam desvendar os segredos da matéria.
E foram para lá por uma boa razão: algumas teorias indicam que o LHC
pode dar pistas sobre os grávitons, hipotéticas partículas que
explicariam a força da gravidade e, ao dar essa explicação, poderiam comprovar
a existência de dimensões adicionais do Universo.
O que sabemos sobre a força da gravidade? Bem pouco.
[Imagem:
Sandbox Studio/Ana Kova]
Gravidade
e múltiplas dimensões
Mas como é que uma explicação para a força da gravidade pode dar pistas
sobre a quinta dimensão - e a sexta, e a sétima etc.
"Uma razão muito convincente é que realmente não entendemos por que
a força da gravidade é muito mais fraca do que as outras forças fundamentais
que experimentamos. Se eu te der um ímã de geladeira e uma chave qualquer, o
ímã levantará a chave com muita facilidade. A força magnética desse pequeno ímã
supera a força da gravidade da Terra, que é enorme, que puxa a chave na direção
oposta.
"A hipótese é que a gravidade pode experimentar dimensões
adicionais, enquanto nós não temos essa capacidade. E ela se dissipa nessas
outras dimensões e é por isso que sentimos que ela é muito fraca,"
explicou a física Rakhi Mahbubani, do LHC.
Se essa teoria estiver correta, há uma pequena probabilidade de que uma
das partículas subatômicas produzidas nas colisões do LHC seja um gráviton. A
física atual estabelece que cada força tem uma partícula relacionada que a
transporta - a luz é transportada por fótons e, do mesmo modo, a gravidade
deveria teoricamente ser transportada por grávitons. Só que ninguém nunca
capturou um deles.
Se, e quando, os grávitons puderem ser capturados, então será possível
observar seu comportamento e seus níveis de energia e verificar se eles de fato
parecem estar perdendo potência ao mergulhar em dimensões extras do Universo
que fogem à nossa percepção.
Gráviton no LHC? Muito difícil
Nas teorias da gravidade quântica, as dimensões podem se evaporar. [Imagem: Ambjørn/Jurkiewicz/Loll]
Infelizmente,
muitos físicos não são nem um pouco otimistas com um eventual sucesso do LHC em
capturar os grávitons
"Temos certeza de que os grávitons existem, o que não temos certeza
é que eles podem ser descobertos com o Grande Colisor de Hádrons. Na verdade, é
o oposto: você tem que ser muito, muito, muito sortudo para poder encontrar
grávitons nessa máquina. Existem teorias e as estamos testando, mas, se os
grávitons estivessem lá, poderíamos tê-los visto facilmente e não os vimos,
então as probabilidades são mínimas," defende o professor Sean Carroll, do
Instituto de Tecnologia da Califórnia, que também contraria muitos dos seus
colegas defendendo que o tempo é mesmo real, e não uma
ilusão.
Mesmo assim, acrescenta Carroll, vale a pena continuar procurando por
outras dimensões porque, se elas forem encontradas, "tudo o que pensamos
sobre as leis fundamentais da natureza mudará: seria uma descoberta
transcendental. Se nós não as vemos [as partículas grávitons], isso não
significa que elas não estão lá, mas que nossos experimentos ainda não são bons
o suficiente. Se continuarmos tentando, vamos achar algum dia."
Dimensões escondidas
As ondas gravitacionais também poderão mostrar o
desaparecimento de dimensões. [Imagem: NASA]
E
então, quando finalmente tivermos sucesso em comprovar a existência de outras
dimensões, poderemos "acessá-las"?
"Nós tendemos a acreditar que uma outra dimensão é um lugar aonde
você vai e é possuído por criaturas estranhas. E uma dimensão é simplesmente
uma direção no espaço. Neste momento, nós conhecemos três, que poderíamos
chamar de 'para cima-para baixo', 'para a esquerda e para a direita' e 'para a
frente e para trás'," explica Carroll.
Assim, não faz sentido perguntar "Onde está a dimensão para
cima-para baixo?" porque ela está em todo o lugar, assim como todas as
outras.
"O que sabemos com certeza é que elas estão escondidas de alguma
forma, então podem ser muito, muito, muito pequenas, tanto que nunca as veremos
- essa é a maneira mais fácil de se esconderem," afirmou o físico.
Mas também há outras possibilidades - os físicos já conseguiram pensar
em pelo menos duas.
"Uma é que [as dimensões] são apenas um pouco pequenas, com um
milímetro ou um décimo de milímetro. E a outra é que as dimensões são
infinitamente grandes, mas não podemos alcançá-las porque estamos presos em um
subespaço da dimensão inferior do Universo," disse Carroll.
Isso é algo que os físicos chamam de Teoria das Cordas, ou Teoria das Branas, uma
referência a membranas, que limitariam nosso Universo de quatro dimensões
dentro de um espaço de dimensionalidade superior.
"Se isso for verdade, pode haver múltiplas branas, múltiplos
subespaços de bi, tri, tetra e penta dimensionais paralelos. Nesse sentido,
poderia haver mundos paralelos incorporados nessas outras dimensões,"
disse Carroll.
No fim das contas, algo que parece estar bem comprovado é que os físicos
gostam muito de uma dimensão maravilhosa: a da imaginação, o ponto de partida
de tantas grandes descobertas.
Fonte: Com informações da BBC - 24/07/2018 / Inovação Tecnológica
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Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Pesquisador Independente das Ciências: Espacial; Astrofísica; Astrobiologia e Climatologia,Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency.
Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Pesquisador Independente das Ciências: Espacial; Astrofísica; Astrobiologia e Climatologia,Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency.
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