Caro Leitor(a),
Biociclos aquáticos: talassociclo e limnociclo
Biociclos aquáticos: talassociclo e limnociclo
As
comunidades aquáticas estão incluídas em dois biociclos: o talassociclo ou
biociclo marinho e o limnociclo ou biociclo de água
doce.
1.
O talassociclo (marinho)
Os mares e
oceanos ocupam 3/4 da biosfera, o que corresponde a 363 milhões de km2,
sendo habitado em suas três dimensões.
Os
fatores abióticos
Os principais
fatores abióticos no ambiente marinho são: luz, temperatura, salinidade e
pressão hidrostática.
Luz:
A iluminação
diminui com a profundidade e permite a divisão em três zonas: eufótica,
disfótica e afótica.
A- Zona
eufótica — recebe luz diretamente e geralmente chega até 100 metros.
B- Zona
disfótica — recebe luz difusa e pode chegar a 300 metros.
C- Zona
afótica — é a região geralmente abaixo de 300 metros e que não recebe
luz.
Temperatura:
Nos mares, a
temperatura dos oceanos varia horizontal e verticalmente, sempre devido a uma
diferença na intensidade da radiação solar.
Salinidade:
A salinidade
em oceanos abertos está por volta de 34 a 37% na superfície. As maiores
diferenças se devem à evaporação da água nos trópicos e fusão do gelo nas
regiões polares.
Pressão
hidrostática:
Aumenta de 1
atmosfera a cada 10 metros de profundidade.
O
meio biótico
As biocenoses
marinhas são classificadas em três grupos: plâncton, nécton e bentos.
Plâncton:
São seres que
vivem na superfície da água, geralmente transportados passivamente pelo
movimento das águas. O plâncton costuma ser dividido em
fitoplâncton e zooplâncton.
A- Fitoplâncton —
são algas representadas pelas. diatomáceas e dinoflagelados (pirrofitos).
B- Zooplâncton —
são animais pertencentes aos protozoários, muitas larvas de crustáceos, de
peixes e outros.
Bentos:
Correspondem
àqueles seres que vivem no fundo do mar, fixos ou movendo-se no fundo.
Os indivíduos
fixos são chamados sésseis e são representados por muitos tipos de algas
vermelhas, pardas e verdes, muitos animais como espongiários, corais etc.
Os animais
que se movem no fundo são freqüentemente representados por equinodermos
(estrelas-do-mar) e moluscos.
Nécton:
São os
animais livres natantes, representados por peixes, polvos, mamíferos marinhos,
tartarugas etc.
As
divisões do ambiente marinho
O ambiente
marinho é dividido em duas províncias oceanográficas distintas: bentônica e
pelágica.
Província
bentônica
A divisão da
província é baseada no relevo submarino e compreende quatro zonas: litorânea,
nerítica, batial e abissal.
A - Zona
litorânea — é a zona afetada pelas flutuações das marés, estando ora
emersa, ora submersa. É bem iluminada, oxigenada e rica em nutrientes.
Apresenta algas, microcrustáceos, macrocrustáceos, moluscos e peixes. São
abundantes os organismos fixados em rochas, como algas, cracas e mexilhões.
B- Zona
nerítica — compreende a chamada plataforma continental, indo até cerca
de 200 metros de profundidade. É a zona de maior importância econômica, pela
riqueza imensa de plâncton e nécton, principalmente grandes cardumes de peixes.
C- Zona
batial — vai de 200 até 2.000 metros de profundidade, ocupando o
chamado talude continental. Devido à ausência de luz, não existe vegetação e os
animais são reduzidos.
D- Zona
abissal — estende-se desde 2.000 metros até as maiores profundidades.
A maior profundidade conhecida é a fossa das Ilhas Marianas, com 11.034 metros.
As grandes
profundidades apresentam condições difíceis para a vida, tais como grandes
pressões, ausência de luz, frio, pouco alimento. Mesmo assim, muitos organismos
adaptam-se a essas condições especiais.
Uma das características destes seres é a bioluminescência, isto é, capacidade de emissão de luz, utilizada para atração sexual, atração de presas etc. Têm visão muito sensível, capaz de responder a pequenos estímulos luminosos, e apresentam formas bizarras, boca e dentes grandes para facilitar a captura das presas.
Uma das características destes seres é a bioluminescência, isto é, capacidade de emissão de luz, utilizada para atração sexual, atração de presas etc. Têm visão muito sensível, capaz de responder a pequenos estímulos luminosos, e apresentam formas bizarras, boca e dentes grandes para facilitar a captura das presas.
Província
pelágica
A província
pelágica representa o domínio de águas plenas, constituindo a grande massa de
água do alto-mar. Encontra-se afastada da costa, e tem o seu início marcado
pelo término da plataforma continental.
A província pelágica apresenta águas cristalinas e poucas formas de vida.
A província pelágica apresenta águas cristalinas e poucas formas de vida.
2.
O Limnociclo (água doce)
As águas
continentais possuem pequeno volume, cerca de 190.000 km3, têm
pequena profundidade, raramente ultrapassando 400m, e sofrem variações de
temperatura mais intensas do que o mar, sendo, portanto, menos estáveis.
Existem dois tipos:
1. Águas
lênticas ou dormentes.
2. Águas lóticas ou correntes.
2. Águas lóticas ou correntes.
Águas
lênticas
São as
aparentes águas paradas; na verdade, correspondem desde a uma poça d’água
formada pelas chuvas, lagoas, até aos grandes lagos, como o Superior e o Mar
Cáspio (maior lago salgado).
Vamos tomar
como exemplo uma lagoa. Os produtores das lagoas são principalmente
representados por algas microscópicas que formam o fitoplâncton (diatomáceas,
cianofíceas, dinoflagelados etc.)
De menor
importância são os vegetais superiores (geralmente angiospermas) que vivem
fixos ao fundo ou são flutuantes. Os consumidores são representados pelo
zooplâncton, constituído pelos protozoários, pequenos crustáceos e outros.
Entre os
animais não pertencentes ao plâncton, temos moluscos, peixes adultos, aves como
garças, que se alimentam dos peixes, e mamíferos como ariranhas e lontras, que
dependem do ecossistema aquático.
Quando os seres vivos morrem, acumulam-se no fundo da lagoa e são transformados por ação dos decompositores (bactérias e fungos).
Quando os seres vivos morrem, acumulam-se no fundo da lagoa e são transformados por ação dos decompositores (bactérias e fungos).
Águas
lóticas
Estas águas
compreendem os riachos, córregos e rios.
Nelas podemos
encontrar três regiões distintas: nascente, curso médio e curso baixo (foz).
O curso
superior ou nascente é pobre em seres vivos, devido à violência das águas. Ali
não ocorre plâncton, podendo-se verificar algas fixas ao fundo, larvas de
insetos etc.
O curso médio
dos rios é o mais importante, pois é mais lento e apresenta maior
diversificação de vida. O fitoplâncton é representado por algas verdes,
diatomáceas, cianofíceas etc. Observam-se, ainda, plantas flutuantes como o
aguapé e outros vegetais que são encontrados nas margens. O zooplâncton é
representado por microcrustáceos, larvas de insetos e outros. O curso médio
apresenta grande riqueza em peixes e intenso intercâmbio com animais
terrestres.
O curso
inferior ou foz (estuário) apresenta grande variação de salinidade (água
salobra) e constitui uma zona de transição com o mar.
O homem
influencia decisivamente nas águas continentais, promovendo drenagens,
construções de açudes, usinas hidrelétricas, e principalmente provocando a
poluição das águas. Assim, o lançamento de esgotos ricos em nutrientes
orgânicos provoca uma intensa ação dos decompositores, diminuindo o suprimento
de O2 e, conseqüentemente, eliminando os seres vivos aeróbios.
Muitas vezes,
os organismos aquáticos são eliminados por ação de agrotóxicos carregados pelas
enxurradas durante o período chuvoso para lagos, lagoas e rios.
“O conhecimento torna a alma jovem, pois, colhe a sabedoria”.
Obrigado pela sua visita e volte sempre!
Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Pesquisador Independente das Ciências: Espacial; Astrofísica; Astrobiologia e Climatologia, Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário