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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Estrelas são fotografadas viajando entre Galáxias

Caros Leitores,

Estrelas de hipervelocidade

observatório espacial Gaia mapeou uma série de estrelas movendo-se em alta velocidade para fora e para dentro da Via Láctea.
Lançado em 2013 pela Agência Espacial Europeia para mapear nossa galáxia em 3D, o telescópio Gaia já mapeou mais de um bilhão de estrelas. Astrônomos em todo o mundo têm trabalhado para explorar este extraordinário conjunto de dados, examinando as propriedades e movimentos das estrelas na nossa Galáxia e além dela.
As estimativas indicam agora que a Via Láctea contém mais de cem bilhões de estrelas, a maioria localizada em um disco com um centro denso e abaulado, no meio do qual se encontra um buraco negro supermassivo, catalogado como Sagitário A*. As restantes estão espalhadas num halo esférico muito maior.
A classe mais rápida de estrelas na nossa galáxia é conhecida como "estrelas de hipervelocidade", que supostamente começam a sua vida perto do centro galáctico, para depois serem lançadas em direção à borda da Via Láctea, através de interações com o buraco negro.
Já se conheciam algumas estrelas hipervelozes, mas os dados do observatório Gaia revelaram muitas mais.
20 em 7 milhões
Para 1,3 bilhão de estrelas, o telescópio Gaia mediu posições, paralaxes - um indicador de distância - e movimentos 2D no plano do céu. Para sete milhões das estrelas mais brilhantes, também foi medida a velocidade com que cada uma se move na nossa direção ou para longe de nós.
"Dos sete milhões de estrelas de Gaia com medições de velocidade 3D, encontramos 20 que poderiam estar viajando rápido o suficiente para eventualmente escapar da Via Láctea," explica Elena Maria Rossi, uma das autoras do novo estudo. O número é surpreendente, porque as estimativas indicavam que seria encontrada uma única estrela de hipervelocidade nesse conjunto de 7 milhões.
Outra novidade é que a maioria dessas estrelas parece estar viajando em direção ao centro galáctico. Ou seja, podem ser estrelas de outras galáxias passando por nós ou sendo inexoravelmente tragadas pelo buraco negro Sagitário A*.
É possível que esses migrantes intergalácticos venham da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia relativamente pequena que orbita a Via Láctea, ou podem ter origem numa galáxia ainda mais distante. Se for esse o caso, essas estrelas contêm a marca do seu local de origem, e estudá-las a distâncias muito mais próximas que da sua galáxia-mãe poderá fornecer informações sem precedentes sobre a natureza das estrelas noutra galáxia - semelhante a estudar material marciano trazido para a Terra por meteoritos.
Uma explicação alternativa é que essas estrelas hipervelozes mergulhando na Via Láctea poderiam ser nativas do halo da nossa galáxia, tendo sido aceleradas e empurradas para dentro através de interações com uma das galáxias anãs que caíram em direção à Via Láctea durante sua história. Informações adicionais sobre a idade e a composição das estrelas deverão ajudar os astrônomos a esclarecer sua origem.
"É provável que uma estrela do halo da Via Láctea seja razoavelmente velha e feita principalmente de hidrogênio, enquanto estrelas de outras galáxias poderiam conter muitos elementos mais pesados. Observar as cores das estrelas nos dirá mais sobre a sua constituição," disse Tommaso Marchetti, membro da equipe.
Bibliografia:
Gaia DR2 in 6D: Searching for the fastest stars in the Galaxy Tommaso Marchetti, Elena Maria Rossi, A. G. A. Brown

Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
DOI: 10.1093/mnras/sty2592

Fonte: Inovação Tecnológica / Redação do Site Inovação Tecnológica -  07/10/2018

HélioR.M.Cabral (Economista, Escritor e Pesquisador Independente na Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).

Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).

Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA.

Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.





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