Caros
Leitores,
É uma chance de um em um milhão de prever uma
“explosão estelar", disse o professor de astronomia Lawrence (Larry)
Molnar do Calvin College, uma universidade em Grand Rapids, Michigan, Estados
Unidos, sobre seu prognóstico audaz que nunca foi feito antes.
A previsão de Molnar, é que uma estrela binária
(duas estrelas orbitando entre si) que ele está monitorando, irá fundir e
explodir em 2022. A estrela aumentará seu brilho em dez mil vezes, tornando-se
uma das estrelas mais brilhantes dos céus por um tempo. A estrela será visível
como parte da constelação do Cygnus. Esta constelação fica muito próxima do
horizonte norte, o que dificulta sua observação no hemisfério sul,
principalmente se o observador não tiver acesso a um horizonte livre, ou seja,
sem interferências para o visual. Outro fator, é que no hemisfério sul, essa
constelação não é visível durante os meses de verão, portanto, para que esse
fenômeno estelar seja visto no hemisfério sul, principalmente no norte e
nordeste do Brasil, é necessária que aconteça durante o inverno.
A exploração de Molnar na estrela conhecida como
KIC 9832227 começou em 2013. Ele estava participando de uma conferência de
astronomia, quando a astrônomo Karen Kinemuchi apresentou seu estudo das
mudanças de brilho da estrela, que concluiu com uma pergunta: é pulsante ou é
um binário?
Também estava presente na conferência o estudante
da Calvin College, Daniel Van Noord, assistente de pesquisa da Molnar. Ele
tomou a questão como um desafio pessoal e fez algumas observações da estrela
com o observatório do Calvin. "Ele olhou como a cor da estrela se
correlacionou com o brilho e determinou definitivamente que é um binário",
disse Molnar. "Na verdade, ele descobriu que era realmente um binário de
contato, no qual as duas estrelas compartilham uma atmosfera comum, como dois
amendoins que compartilham uma única concha”. "A partir daí, Daniel Van
determinou um período orbital bem preciso a partir dos dados do observatório
espacial Kepler, usados por Keren Kinemuchi, e ficou surpreso ao descobrir que
o período era um pouco menor do que os dados anteriores", disse Molnar.
Este resultado trouxe à lembrança do trabalho
publicado pelo astrônomo Romuald Tylenda, que estudou os arquivos de observação
para investigar como outra estrela (V1309 Scorpii) se comportou antes de
explodir inesperadamente no ano 2008 e produziu uma nova estrela vermelha (um
tipo de explosão estelar reconhecida como Distinto de outros tipos). O registro
pré-explosão mostrou um binário de contato com um período orbital decrescente a
uma taxa acelerada. Para o Lawrence Molnar, esse padrão de mudança orbital, foi
uma "pedra Rosetta" para interpretação dos novos dados.
Ao observar a mudança de período orbital do
sistema binário, o professor Molnar apresentou na reunião de janeiro de 2015 da
American Astronomical Society, um período orbital de 15 anos, fazendo a
previsão de que KIC 9832227 pode estar seguindo os passos da estrela V1309
Scorpii. Antes de levar a hipótese muito a sério, porém, era necessário
descartar outras interpretações mais mundanas da mudança do período. Após a
reunião da American Astronomical Society, Molnar e sua equipe realizaram dois
fortes testes observacionais das interpretações alternativas. Primeiro, as
observações espectroscópicas excluíram a presença de uma estrela companheira
com um período orbital superior a 15 anos. Em segundo lugar, a taxa de
diminuição do período orbital nos últimos dois anos, seguiu a previsão feita em
2015, e então excede a mostrada por outros binários de contato.
"Em linhas
gerais, nós realmente pensamos que a hipótese da nossa estrela resultante da
fusão, deve ser levada a sério agora e devemos usar os próximos anos para
estudar isso de forma intensa, de modo que explodindo, saberemos o que levou a
essa explosão", disse Molnar. Para isso o professor e os colegas estarão
observando KIC 9832227 nos próximos anos em toda a gama de comprimentos de
onda: usando Very Large Array, o Telescope Infrared Facility e a nave espacial
XMM-Newton, para estudar a onda de rádio da estrela, infravermelho e Emissão de
raios X, respectivamente.
O professor Molnar, disse que esse fenômeno é o
início de uma história que se desenrolará nos próximos anos, e pessoas de todos
os níveis podem participar. Disse também, que o sincronismo orbital do sistema
binário estelar e as variações de brilho de magnitude 12, podem ser verificados
por astrônomos amadores. Molnar ressalta também, a qualidade dos equipamentos
desses astrônomos amadores nos dias de hoje.
Modelo computacional do sistema binários KIC 9832227. (Créditos: Calvin College/Cara Alexander, Daniel Van Noord, Chris Spedden, e Larry Molnar).
Fonte: Calvin College
HélioR.M.Cabral (Economista,
Escritor e Pesquisador Independente na Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e
Climatologia).
Membro da Society for
Science andthePublic (SSP) e assinante de conteúdoscientíficos da NASA
(NationalAeronauticsand Space Administration) e ESA (European Space Agency).
Participa do projeto S`CoolGroundObservation
(Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES
(CloudsandEarth´sRadiant Energy System) administrado pela NASA.
Participa também do projeto The GlobeProgram / NASA
GlobeCloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela
NationalOceanicandAtmosphericAdministration (NOAA) e U.S DepartmentofState.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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