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PASADENA, Califórnia — O Telescópio Gigante Magalhães (GMT), o telescópio terrestre mais poderoso já projetado, anunciou a captação de 205 milhões de dólares para acelerar a sua construção. Considerado um dos maiores investimentos da história do projeto, ele conta com a contribuição de seis membros do consórcio internacional GMTO Corporation: a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), o Carnegie Institution for Science, a Universidade Harvard, a Universidade do Texas em Austin, a Universidade do Arizona, e a Universidade de Chicago.
O investimento será utilizado na construção da estrutura do telescópio, com altura equivalente a um prédio de 12 andares, pela Ingersoll Machine Tools, empresa estadunidense contratada para a construção. Também, os novos recursos darão continuidade à produção dos sete espelhos primários de 8,4 metros no Laboratório de Espelhos Richard F. Caris, na Universidade do Arizona, e contribuirão com a fabricação de um dos espectrógrafos mais avançados do mundo.
“Estamos honrados em receber este investimento em nosso futuro", afirma Robert Shelton, presidente do telescópio GMT. “O financiamento é realmente um esforço colaborativo de nossos fundadores. Isso resultará na fabricação dos maiores espelhos do mundo, na montagem do telescópio gigante que os segura e alinha, e um instrumento científico que nos permitirá estudar a evolução química de estrelas e planetas como nunca antes visto.”
O investimento é resultado da divulgação do Astro2020, relatório que orienta as prioridades de investimento do governo dos Estados Unidos na área de Astronomia, que elegeu o GMT como um dos parceiros fundamentais do Programa de Telescópios Extremamente Grandes dos EUA (US-ELTP). O Astro2020 classificou o programa como prioridade máxima e foi considerado "absolutamente essencial, caso o país queira manter a sua liderança na área de Astronomia terrestre".
“Seis dos fundadores do GMT trabalharam juntos para fechar a lacuna entre os recursos já captados e o valor necessário para completar a construção do telescópio", diz Eric Isaacs, presidente do Carnegie Institution for Science. “Esse investimento deixará o telescópio mais perto de entrar em operação [primeira luz] e proporcionará ao mundo conhecimento transformador sobre o nosso Universo. O Carnegie está orgulhoso de ter dado o passo inicial e ter trabalhado em conjunto com os nossos colegas."
O Telescópio Gigante Magalhães está sendo construído no Observatório Las Campanas, no Chile, e operado pelo Carnegie. Ele permitirá que astrônomos enxerguem mais longe e com uma nitidez nunca antes alcançada por outros telescópios ópticos. O GMT terá uma área coletora dez vezes maior e uma resolução espacial quatro vezes superior ao Telescópio Espacial James Webb (JWST), além de ser 200 vezes mais poderoso do que qualquer telescópio de pesquisa atual.
Essa resolução angular sem precedentes combinada com espectrógrafos revolucionários e câmeras de alto contraste funcionarão em sinergia direta com o James Webb para promover novas descobertas científicas. O GMT dará o próximo passo no estudo da Física e Química das fontes de luz mais fracas no Espaço que serão identificadas pelo James Webb. Isso incluirá a análise de atmosferas de planetas potencialmente habitáveis em busca de vida, o estudo das galáxias mais antigas do Universo, a busca por pistas que desvendarão os mistérios da matéria escura, da energia escura, dos buracos negros e da formação do próprio Universo.
“Estamos trabalhando com alguns dos engenheiros e cientistas mais brilhantes, pertencentes às principais instituições de pesquisa do mundo", destaca Walter Massey, presidente do Conselho do Telescópio Gigante Magalhães e ex-diretor da Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos (NSF) e conselheiro do Bank of America. “As recentes contribuições de nossos parceiros de investimento do GMT estão coletivamente ampliando os limites da Astronomia, tornando o futuro uma realidade e nos permitindo responder a alguns objetivos científicos importantes, incluindo descobrir se estamos sozinhos no Universo."
Ao longo dos últimos anos, o telescópio já progrediu de forma significativa em sua construção, seis dos sete espelhos primários já estão em diferente estágios de fabricação. O terceiro espelho já concluiu os seus dois anos de polimento e está na última fase de testes. Já está completa a instalação de 4 km² em Rockford, no estado de Illinois - EUA, para fabricar a estrutura do telescópio. Também, a produção do primeiro espelho secundário está avançando na França e na Itália, e o sítio no Chile está preparado para a próxima etapa de construção e concretagem.
O investimento de 205 milhões de dólares garantirá que o GMT será um dos primeiros da nova geração de Telescópios Super Gigantes a ficar pronto. A primeira luz [o início das operações] está programada para o fim da década de 2020.
SOBRE O PROJETO
O Telescópio Gigante de Magalhães é o futuro da exploração espacial. Usando sete dos maiores espelhos monolíticos do mundo, o telescópio de 25,4 metros de diâmetro produzirá as imagens mais detalhadas já obtidas do nosso Universo. Ele também ajudará a desvendar os mistérios cósmicos da matéria escura, investigar as origens dos elementos químicos e verificar, pela primeira vez, sinais de vida em planetas distantes.
O GMT é operado pela GMTO Corporation, um consórcio internacional sem fins lucrativos liderado pelas principais instituições de pesquisa de cinco países. O telescópio está em construção no Chile e será concluído ao fim da década de 2020. O Universo nos aguarda em https://giantmagellan.org/
Sobre o GMT Brasil
Giant Magellan Telescope - Brazil Office (GMT Brasil) é o escritório brasileiro do projeto. É liderado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP), e conta com mais de 30 profissionais dedicados à coordenação e execução do projeto. Eles estão diretamente envolvidos no design e na produção de instrumentos astronômicos que serão utilizados no telescópio. Saiba mais no site oficial
Fonte: GMT.IAG.USP
https://www.gmt.iag.usp.br/noticia/investimento-de-205-milhoes-de-dolares-acelera-construcao-do-telescopio-gigante-magalhaes
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Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Acompanha e divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas e tecnológicas.
Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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