Hoje, numa celebração no Cerro Murphy, no deserto chileno do Atacama, o Centro Astronómico Nicolau Copérnico da Academia de Ciências Polaca (CAMK), juntamente com o Observatório Europeu do Sul (ESO) e outras entidades, inaugurou o Observatório Rolf Chini Cerro Murphy, após uma enorme renovação nos últimos três anos. Acolhido no Observatório do Paranal do ESO, este Observatório está agora pronto para reiniciar as observações científicas, marcando assim um novo capítulo na sua história.
A inauguração do Observatório Rolf Chini Cerro Murphy celebra o início das operações científicas de três novos telescópios óticos, os quais se irão juntar às infraestruturas já existentes para investigar a velocidade à qual o Universo se está a expandir.
O Observatório é dedicado ao Projeto Araucaria, uma colaboração entre astrónomos do Chile, EUA e Europa, que pretende melhorar a calibração da escala de distâncias extragalácticas, uma combinação de métodos através dos quais os astrónomos medem a distância dos objetos no Universo. Os dados recolhidos no Observatório serão importantes para determinar com precisão a taxa de expansão do Universo.
Situado no alto e árido deserto do Atacama, as condições de observação no local estão entre as melhores do mundo. Para além de partilharem os límpidos céus do deserto com outros telescópios do ESO — o Extremely Large Telescope (ELT) do ESO está em construção no vizinho Cerro Armazones, e o Cerro Paranal, onde se encontra o Very Large Telescope (VLT) do ESO, fica apenas a 20 km de distância — as instalações, embora independentes, partilharão recursos como cabos de fibra ótica para a Internet e estradas de acesso.
Para além da capacidade científica renovada do Observatório, a inauguração marca também uma nova era no seu funcionamento. Em 2020, a liderança foi transferida da Universidade Ruhr de Bochum (RUB) e da Universidade Católica do Norte (UCN), que operavam em conjunto este Observatório desde 2005, para o CAMK. Anteriormente designado Observatório do Cerro Armazones, o novo nome homenageia Rolf Chini, um professor da RUB a quem se atribui a criação e o desenvolvimento do Observatório, e Cerro Murphy, o cerro onde se encontra instalado.
Os novos telescópios óticos incluem o telescópio Janusz Kałużny de 1,5 metros, para imagens e espetroscopia de alta resolução, o telescópio Zbigniew "Zibi" Kołaczkowski de 0,8 metros e o telescópio Wojtek Krzemiński de 0,6 metros, ambos para imagens. Adicionalmente, um novo telescópio de 2,5 metros, o maior telescópio polaco construído até à data, será adicionado ao Observatório, com o início das operações previsto para 2025. Das operações anteriores do Observatório destacam-se o sistema de imagens infravermelhas IRIS (InfraRed Imaging System) de 0,8 metros e o BMK10k de 30 centímetros, uma câmara robótica de grande angular operada pelo Instituto de Astrofísica Leibniz, em Potsdam, na Alemanha.
Para acompanhar as celebrações, veja a inauguração no YouTube.
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