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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

A descoberta de um imenso reservatório de água nas profundezas da Terra

 Caros Leitores;







REAL? - Marés e correntes debaixo da crosta terrestre: na mente de Júlio Verne - David Antoja/Getty Images

Ele pode estar por trás de grandes fenômenos geológicos.

“Quem poderia imaginar, sob esta crosta terrestre, um oceano com marés vazantes e correntes, com ventos e tempestades?” A pergunta é proposta por um personagem de Júlio Verne em Viagem ao Centro da Terra. Na clássica aventura contada no livro de 1864, o romancista francês constrói um mundo nas profundezas do planeta, com um mar de peixes pré-históricos e répteis marinhos gigantes. As características pitorescas da trama são puramente fantasia, claro. Contudo, a imaginação de Verne talvez tenha encontrado agora um paralelo na realidade com o fortalecimento da teoria de que, sob nós, existiria um gigantesco reservatório de água, uma espécie de sexto oceano.

O primeiro achado a sugerir a presença de massa de água sob a terra surgiu em 2014, quando mineradores acharam em Juína, Mato Grosso, um diamante sem valor comercial, mas precioso para a ciência. A pedra continha ringwoodita, minério encontrado em meteoritos e que tem 1,5% de seu peso em água. Um time de pesquisadores internacionais examinou a gema, publicando em seguida um artigo na revista Nature, uma das mais reputadas do mundo.













A suposição: haveria uma vasta reserva de água na chamada zona de transição do manto terrestre, faixa que se estende de 410 a 660 quilômetros de profundidade. Entretanto a pedra, que pesava 0,09 grama, foi destruída durante as análises e não foi possível avançar nos estudos. Faltava outra prova, que agora acaba de aparecer. No fim de setembro, o mesmo grupo de cientistas relatou, também na Nature, a descoberta de um diamante muito parecido ao de Juína, mas de maior dimensão. Ele tem 1,5 centímetro e foi encontrado em Botsuana, na África. A pedra contém outros dois minérios (bridgmanita e ferropericlásio) que só podem ser formados a mais de 660 quilômetros de profundidade, o que reforça os achados de 2014. “É a primeira vez que encontramos essa combinação entre os minérios e a água”, disse a VEJA Fabrizio Nestola, da Universidade de Pádua, na Itália, integrante do pool de investigadores.

As informações indicam que a região de onde vem o diamante está encharcada. No rigor científico, porém, não seria um oceano. “Trata-se de uma rocha hidratada, com água disseminada”, esclarece Paulo Boggiani, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo. O líquido provavelmente desempenha papéis em fenômenos geológicos, como as movimentações das placas tectônicas. Em que estado físico a água se encontra, qual seu volume ou de onde ela vem ainda são um mistério. Contudo, há suposições. A ringwoodita armazena quantidades de líquido tão altas que a zona de transição, onde ela se encontra, seria capaz de absorver seis vezes a quantidade de água dos oceanos, segundo comunicado da Universidade de Frankfurt, da Alemanha, que também participa das investigações. No entanto, como muita coisa é especulativa, a prudência recomenda esperar mais informações da ciência. A fantasia, é melhor deixar na mão da literatura.

Por Diego Alejandro Atualizado em 28 out 2022, - Publicado em 30 out 2022

Fonte: https://veja.abril.com.br/ciencia/a-descoberta-de-um-imenso-reservatorio-de-agua-nas-profundezas-da-terra/

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Web Science Academy; Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.

Acompanha e divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas e tecnológicas.

Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.

Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.

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