Caros Leitores;
Pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona e da Escola de Exploração da Terra e do Espaço estão investigando as “Grandes Províncias de Baixa Velocidade de Cisalhamento” (ou, na sigla em inglês, “LLSVPs”) – basicamente, duas bolhas gigantescas localizadas no manto da Terra, uma sob a África e outra abaixo do Oceano Pacífico – para tentar entender mais sobre…bem, sobre o que exatamente elas são.
Essas bolhas gigantes do nosso manto fazem jus ao adjetivo: ambas têm mais ou menos o tamanho médio de um continente e são cerca de mil vezes mais altas que o Monte Everest – vulgo “a maior montanha da Terra”. Diversos estudos já foram conduzidos sobre elas, mas poucos renderam informações muito contundentes: sabemos que elas são maleáveis e seus formatos são imprevisíveis e complicados, mas não sabemos como elas foram criadas ou chegaram à forma atual.
As LLSVPs – “bolhas” continentais posicionadas no manto da Terra – ainda intrigam diversos cientistas, que seguem estudando seu funcionamento e sua influência em eventos como terremotos e erupções (Imagem: Yuan/Li/Reprodução)
As teorias sobre isso também são várias – um estudo de 2021, conduzido por Qian Yuan, da universidade no Arizona, rege que elas podem ser restos do choque da “proto Terra” contra “Thea”, o corpo espacial que bateu contra nós e supostamente formou a Lua.
Agora, os mesmos autores lançam mão de um novo estudo, onde usam modelagem geodinâmica baseada em pesquisas anteriores para criar um modelo analítico das LLSVPs, obtendo mais informações por meio de observação simulada.
Os dois pesquisadores conseguiram descobrir algumas informações adicionais: as alturas de ambas as bolhas do manto dependem da viscosidade do material em volta delas, bem como suas respectivas densidades. É por isso, por exemplo, que a bolha da África é cerca de 1.000 km mais alta que sua contraparte oceânica, mas a bolha do Pacífico é mais estável e antiga.
“Nossos cálculos indicam que o volume inicial das bolhas não afeta suas alturas”, disse Yuan. “A LLVP africana teve um crescimento mais recente, dentro do tempo geológico”, adicionou Li. “Isso pode explicar a topografia mais elevada e o vulcanismo intenso na África oriental”.
Em termos práticos, pela bolha da África ser mais nova e mais instável, faz sentido que o terreno africano acima dela sofra com alterações mais severas de topografia. Em outras palavras: terremotos, vulcanismo…todas essas atividades geológicas podem ter um impacto acrescido na região – o aumento de tamanho das bolhas gigantes no manto da Terra também têm relação com os movimentos de placas tectônicas.
Não que as coisas sejam mais fáceis em sua “irmã”: o Oceano Pacífico é rodeado pelo chamado “Anel de Fogo”, uma área em formato de ferradura que começa na região da Nova Zelândia e vai até a falha submarina Peru-Chile. Tudo o que está dentro dessa “ferradura” também conta com alta atividade geológica – Tonga, onde uma recente explosão teve uma onda de choque tão poderosa que seu som cruzou o mundo duas vezes, está nessa área, por exemplo.
Ainda não sabemos os detalhes principais das bolhas gigantes no manto da Terra, mas o novo estudo traz mais detalhes sobre elas. O material foi publicado no Nature Geoscience.
Fonte: Olhar Digital / Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena / Publicação: 15-03-2022
https://olhardigital.com.br/2022/03/15/ciencia-e-espaco/cientistas-analisam-duas-bolhas-gigantes-localizadas-no-manto-da-terra/
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Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Acompanha e divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas e tecnológicas.
Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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