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Análises de núcleos de gelo da Groenlândia e da Antártida permitiram a uma equipe de pesquisa liderada pela Universidade de Lund, na Suécia, encontrar evidências de uma tempestade solar extrema que ocorreu cerca de 9,2 mil anos atrás.
Segundo os cientistas, o que os intriga é que a tempestade teria acontecido durante uma das fases mais silenciosas do Sol — período em que se acredita que a Terra está, normalmente, menos exposta a tais eventos.
Pesquisadores analisaram núcleos de gelo da Atártida e da Groenlândia e identificaram erupção solar ocorrida há mais de 9 mil anos. Imagem: Eleanor Scriven – Shutterstock
Quando há forte atividade na superfície solar, mais energia é liberada, algo que pode dar origem a erupções geomagnéticas, também conhecidas por tempestades solares. Ao atingirem a Terra, os ventos solares provenientes desses eventos podem causar falhas na rede de energia elétrica e distúrbios nas telecomunicações.
Tempestade solar ocorreu em fase passiva do Sol
Prever tempestades solares não é fácil. Acredita-se, atualmente, que esses eventos são mais prováveis de acontecer durante uma fase ativa do Sol, ou máximo solar, no chamado ciclo das manchas solares. No entanto, o novo estudo, que foi publicado na Nature Communications, mostra que isso pode nem sempre ser o caso de tempestades muito grandes.
“Estudamos núcleos de perfuração da Groenlândia e da Antártida e descobrimos vestígios de uma enorme tempestade solar que atingiu a Terra durante uma das fases passivas do Sol há cerca de 9,2 mil anos”, diz Raimund Muscheler, pesquisador de geologia da Universidade de Lund.
Muscheler e sua equipe vasculharam os núcleos de perfuração em busca de picos de isótopos radioativos berílio-10 e cloro-36, produzidos por partículas cósmicas de alta energia que chegam à Terra e podem ser preservados em gelo e sedimentos.
“Este é um trabalho analítico demorado e caro. Por isso, ficamos agradavelmente surpresos quando encontramos esse pico, indicando uma tempestade solar gigante até então desconhecida em conexão com a baixa atividade solar”, declarou Muscheler.
Se uma tempestade solar semelhante ocorresse hoje, poderia ter consequências devastadoras. Além de quedas de energia e danos causados por radiação aos satélites, poderia oferecer um grande perigo para o tráfego aéreo e os astronautas, bem como provocar um colapso em vários sistemas de comunicação.
“Essas enormes tempestades não estão atualmente suficientemente incluídas nas avaliações de risco”, revelou Muscheler. “É de extrema importância analisar o que esses eventos podem significar para a tecnologia atual e como podemos nos proteger”, sugeriu.
Vídeo: https://youtu.be/VFfzu18D5bw?t=38
Fonte: Olhar Digital / Por Flavia Correia, editado por Rafael Rigues / Publicado em 27-01-2022
https://olhardigital.com.br/2022/01/26/ciencia-e-espaco/gelo-antigo-revela-misteriosa-tempestade-solar-ocorrida-ha-milenios/
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Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Acompanha e divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas e tecnológicas.
Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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