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quarta-feira, 1 de outubro de 2025

A Terra é viva, geradora de todos os seres vivos

Caro(a) Leitor(a);








Há um consenso na comunidade científica que a Terra é viva. Por exemplo, num só grama de terra, ou seja, menos de um punhado, vivem cerca de 10 bilhões de micro-organismos: bactérias, fungos e vírus, afirma-nos o grande biólogo E. Wilson em “A criação: como salvar a vida na Terra”, (2008, p. 26). São invisíveis mas sempre ativos, trabalhando para que a Terra permaneça viva e fértil. A Terra, assim cheia de vida, é a mãe que gera todos os seres vivos.

Tal constatação não era evidente. Tanto para Einstein quanto para Bohr “a vida ultrapassa a capacidade de compreensão da análise científica” (N. Bohr, “Atomic Physis and human knowledge”, 1956, cp. Light and Life, p.6). Entretanto a aplicação da física quântica, da teoria da complexidade (Morin), do caos (Gleick, Prigogine) e da Biologia Genética e Molecular (Maturana, Capra) mostraram que a vida representa a irrupção de todo o processo evolucionário, desde as energias e partículas mais originárias, passando pelo gás primordial, as grandes estrelas vermelhas, a super novas, as galáxias, o pó cósmico, a geosfera, a hidrosfera, a atmosfera e finalmente a biosfera.

Como afirma o prêmio Nobel em Biologia de 1974, Christian du Duve: “o carbono, o hidrogênio, o nitrogênio, o oxigênio, o fósforo e o enxofre formam a maior parte da matéria viva” (“Poeira vital: a vida como imperativo cósmico”, 1995, cp.1).

Foi obra especial de Ilya Prigogine, prêmio Nobel em Química em 1977, mostrar que não basta a presença dos elementos físico-químicos. Eles trocam continuamente energia com o meio ambiente. Consomem muita energia e por isso aumentam a entropia (desgaste da energia utilizável). Ele as chamou, com razão, de estruturas dissipativas (gastadoras de energia). Mas são igualmente estruturas dissipativas num segundo sentido, paradoxal, por dissiparem a entropia.

Os seres vivos produzem entropia e ao mesmo tempo escapam da entropia pelo fato de metabolizarem a desordem e o caos do meio ambiente em ordens e estruturas complexas. Elas se auto-organizam, fugindo à entropia, produzindo negentropia: entropia negativa; positivamente: produzem sintropia (“Order out of Chaos”, 1984).

O que é desordem para um serve de ordem para outro. É por meio de um equilíbrio precário entre ordem e desordem (“Caos: Dupuy, Ordres et Désordres”, 1982) que a vida se mantêm (Ehrlich, “O mecanismo da natureza”, 1993, 239–290).

Baste-nos a referência às investigações do médico e biólogo inglês James E. Lovelock e da bióloga Lynn Margulis (Gaia, 1989; 1991; 2006; José Lutzemberger, Gaia, o Planeta Vivo: por um caminho suave,1990; Lynn Margulis, Microcosmos, 1990) que constataram que vigora uma calibragem sutil entre todos os elementos químicos, físicos, entre o calor da crosta terrestre, a atmosfera, as rochas, os oceanos, todos sob os efeitos da luz solar, de sorte que tornam a Terra boa e até ótima aos organismos vivos. Ela surge destarte como um imenso super-organismo vivo que se autoregula, chamado por James E. Lovelock, de “Gaia”, consoante a clássica denominação da Terra viva de nossos ancestrais culturais gregos.

Isso vale também para nós humanos. Entre nós se originam formas de relação e de vida nas quais predomina a sintropia (economia de energia) sobre a entropia (desgaste de energia). O pensamento, a comunicação pela palavra, a solidariedade, o amor são energias fortíssimas com escasso nível de entropia e alto nível de sintropia. Nesta perspectiva temos pela frente não a morte térmica, mas a transfiguração do processo cosmogênico se revelando em ordens supremamente ordenadas, criativas e vitais. Mas qual é o termo desse futuro nos é totalmente misterioso.








(Foto: Bryan Goff/ Unsplash)

A articulação sinfônica das quatro interações básicas do universo (a gravitacional, a eletromagnética, a nuclear forte e a nuclear fraca) continuam atuando sinergeticamente para a manutenção da atual seta cosmológica do tempo rumo a formas cada vez mais relacionais e complexas de seres. Muitos cientistas sustentam que elas, na verdade, constituem a lógica e o dinamismo interno do processo evolucionário; por assim dizer, a estrutura, melhor dito, a mente ordenadora do próprio cosmos.

Vale citar a famosa afirmação do físico britânico Freeman Dyson (*1923): “quanto mais examino o universo e os detalhes de sua arquitetura, mais acho evidências de que o universo sabia que um dia, lá na frente, iríamos surgir” (Disturbing the Universe, 1979, p. 250).

Esta visão sustenta que o universo é constituído por uma imensa teia de relações de tal forma que cada um vive pelo outro, para o outro e com o outro; que o ser humano é um nó de relações voltado para todas as direções; e que a própria Divindade se revela como uma Realidade panrelacional, como o Papa Francisco enfatiza em sua encíclica “Laudato Si’” (n. 239). Se tudo é relação e nada existe fora da relação, então, a lei mais universal é a sinergia, a sintropia, o inter-retro-relacionamento, a colaboração, a solidariedade cósmica e a comunhão e fraternidade/sororidade universais. É o que nos falta no mundo atual.

Essa visão de Gaia poderá reencantar nossa convivência com a Terra e fazer com que vivamos uma ética da responsabilidade necessária, da compaixão e do cuidado, atitudes que salvarão a vida na Casa Comum, na Terra.

Para saber mais, acesse o link>

Fonte: Leonardo Boff  / Publicação 29/09/2025

https://iclnoticias.com.br/a-terra-e-viva-geradora-de-todos-os-seres-vivos/


Web Science Academy; Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos de Economia, Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia Climatologia). Participou do curso Astrofísica Geral no nível Georges Lemaître (EAD), concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Em outubro de 2014, ingressou no projeto S'Cool Ground Observation, que integra o Projeto CERES (Clouds and Earth’s Radiant Energy System) administrado pela NASA. Posteriormente, em setembro de 2016, passou a participar do The Globe Program / NASA Globe Cloud, um programa mundial de ciência e educação com foco no monitoramento do clima terrestre.

>Autor de cinco livros, que estão sendo vendidos nas livrarias Amazon, Book Mundo e outras

Livraria> https://www.orionbook.com.br/

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