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Brasil e China criam laboratório espacial na Paraíba com a CETC e o radiotelescópio BINGO, reforçando a cooperação científica China-Brasil.
Brasil ignora
pressão dos EUA e cria com a China laboratório espacial e radiotelescópio
gigante na Paraíba, aprofunda parceria científica e desafia estratégia
americana de controle sobre projetos espaciais regionais
Em 10 de dezembro de 2025, a estatal chinesa
CETC anunciou o início da construção de um laboratório espacial conjunto
com universidades federais da Paraíba, mesmo depois de a nova estratégia de
segurança da Casa Branca reforçar que não quer países do continente americano
estreitando laços com Pequim no setor tecnológico e espacial.
O projeto aprofunda a
cooperação científica entre Brasil e China em radioastronomia no momento em que
os dois países avançam na instalação do radiotelescópio BINGO na Paraíba. A
estrutura principal do equipamento foi concluída na China e enviada do porto de
Tianjin em junho, com conclusão prevista para 2026, em contraste com projetos chineses congelados no Chile e na Argentina
após o retorno de Donald Trump à Casa Branca.
Acordo
une CETC e universidades federais da Paraíba
Funcionários instalam uma
placa com a inscrição “54º Instituto de Pesquisa da CETC em Xangai”
De
acordo com a CETC, o Instituto de Pesquisa de Comunicações de Rede da companhia
assinou um acordo com a Universidade Federal de Campina Grande e a Universidade
Federal da Paraíba para criar o Laboratório Conjunto China-Brasil de Tecnologia
de Radioastronomia, que funcionará como núcleo de pesquisa avançada em
observação astronômica e exploração do espaço profundo.
O novo laboratório espacial vai
apoiar pesquisas de fronteira em instrumentação, processamento de sinais e
monitoramento do céu, integrando equipes brasileiras e chinesas.
Para os parceiros, a iniciativa é apresentada como um passo estratégico
para formar pessoal altamente qualificado, atrair investimentos em
ciência de ponta e colocar a Paraíba no mapa global da radioastronomia.
Pressão de Washington e
congelamento de projetos no Chile e na Argentina
A cooperação sino-brasileira
avança em sentido oposto à pressão de Washington sobre governos
latino-americanos.
Recentemente, os Estados
Unidos voltaram a pedir que países da região reduzam ou limitem parcerias
estratégicas com a China, inclusive em projetos espaciais, em linha com a nova estratégia de segurança da Casa
Branca, que desestimula o estreitamento de laços de nações das Américas com
Pequim.
Dois projetos de telescópios
chineses no Chile e na Argentina foram congelados desde o retorno de Donald
Trump à Casa Branca, à medida que líderes locais buscam evitar tarifas punitivas e
preservar favores comerciais do governo americano.
Autoridades dos EUA descrevem
essas instalações como possíveis ferramentas de vigilância capazes de ampliar a
capacidade de Pequim de monitorar o território norte-americano e as atividades
de Washington em uma região considerada crucial para a defesa interna.
A China reagiu acusando
Washington de interferência e de politizar a cooperação científica.
Para Pequim, iniciativas como o laboratório
espacial na Paraíba e grandes telescópios na América do
Sul são apresentadas como projetos civis de pesquisa, enquanto um relatório
de 2022 da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA destaca
o potencial de uso dual dessas infraestruturas.
Radiotelescópio BINGO
coloca Paraíba no mapa da astronomia mundial
O laboratório espacial é
lançado em paralelo ao BINGO, radiotelescópio construído em parceria entre
China e Brasil e anunciado como o maior
radiotelescópio da América do Sul.
O equipamento foi projetado
para ajudar a estudar a estrutura do universo e a energia escura, abrindo
espaço para que pesquisadores baseados no Nordeste brasileiro participem de
colaborações internacionais de alto impacto científico.
Segundo a CETC, o BINGO também
será capaz de rastrear satélites, meteoroides e outros corpos pequenos, além de
contribuir para identificar possíveis ameaças de objetos próximos à Terra.
Espaço vira instrumento
de diplomacia chinesa na América do Sul
A expansão do laboratório espacial e
de telescópios como o BINGO se insere em uma estratégia mais ampla de Pequim.
Nas últimas duas décadas, a
China vem utilizando suas capacidades espaciais em rápida evolução como ferramenta diplomática para
ampliar influência na Ásia, na África e na América do Sul,
instalando telescópios, construindo satélites e treinando pessoal estrangeiro.
No caso brasileiro, a
iniciativa na Paraíba aprofunda os laços científicos destacados pela CETC e
reforça a presença chinesa em infraestrutura tecnológica sensível no
continente.
Ao aceitar avançar com o laboratório espacial mesmo
sob pressão de Washington, o Brasil sinaliza que pretende preservar maior
margem de autonomia na política externa e diversificar suas parcerias
tecnológicas em meio à disputa geopolítica entre Estados Unidos e China.
Obrigado pela sua visita e volte sempre!



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