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Cientistas e IA trabalham juntos para identificar estados magnéticos
ocultos em líquidos de spin, avançando pesquisas em física quântica
Ana Luiza Figueiredo; 19/07/2025
Pesquisadores utilizaram um modelo de aprendizado de máquina interpretável para resolver um problema complexo da física da matéria condensada. O estudo, publicado na Physical Review Research, mostra como a colaboração entre físicos e especialistas em inteligência artificial pode revelar propriedades magnéticas ocultas em materiais extremamente difíceis de simular.
O foco da equipe internacional estava em materiais chamados ímãs frustrados, onde as interações magnéticas competem
entre si e impedem que o sistema adote uma única configuração ordenada. Esses
materiais são relevantes para o avanço de áreas como a computação quântica e a gravidade quântica, mas
apresentam grande dificuldade de modelagem computacional (especialmente em
temperaturas próximas ao zero absoluto).
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Investigação de líquidos de spin
O estudo se concentrou em uma fase magnética específica chamada líquido de spin, um estado exótico no qual os momentos
magnéticos continuam a flutuar mesmo em baixas temperaturas. A questão central
era entender como esse líquido de spin se transforma ao ser resfriado,
especialmente em um tipo de material conhecido como “breathing pyrochlore” (pirocloro respirante).
Segundo o professor Nic Shannon, do
Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa (OIST), já havia evidências desde
2020 de que esse tipo de líquido de spin poderia ocorrer naturalmente nesse
tipo de estrutura magnética. No entanto, mesmo com simulações sofisticadas, a
equipe não conseguia identificar com clareza o estado magnético final da
transição.
Diagrama de fases mostra as diferentes propriedades do pyrochlore em diversas temperaturas. Em verde, a fase de líquido de spin descrita em 2020; em amarelo, a fase misteriosa que os pesquisadores não conseguiram identificar em simulações anteriores (Imagem: Sadoune et al., 2025)
Inteligência artificial como ferramenta complementar
A virada veio com a colaboração entre os físicos do OIST e pesquisadores
em IA da Universidade LMU de Munique. Eles aplicaram um algoritmo de aprendizado de máquina não supervisionado, desenvolvido
para classificar ordens magnéticas convencionais sem a necessidade de
treinamento prévio.
“Nossa abordagem é altamente interpretável,
o que facilita a compreensão do processo de decisão do algoritmo por parte dos
cientistas. Isso é essencial em áreas onde os dados são escassos”, afirmou o
professor Lode Pollet, coautor do estudo.
Pesquisadores utilizaram um método conhecido como simulações de Monte
Carlo (Imagem: dizain / Shutterstockcom)
A equipe utilizou simulações de Monte Carlo — métodos computacionais que
utilizam números aleatórios para resolver problemas complexos,
especialmente aqueles que envolvem incerteza, sistemas dinâmicos
ou muitas variáveis — para modelar o comportamento do sistema em
temperaturas decrescentes.
Os dados gerados foram processados pelo algoritmo de IA, que revelou
padrões invisíveis aos métodos tradicionais. Esses padrões foram então usados
para iniciar novas simulações em sentido reverso (do estado final para o
inicial) permitindo observar a transição magnética a partir
de uma nova perspectiva computacional.
Leia
mais:
Princípio da Incerteza de
Heisenberg: o que é e por que é tão importante na física quântica?
Criptografia quântica: o que é
e como funciona?
Cooperação entre humanos e máquinas
O resultado foi a identificação de um novo estado magnético
anteriormente não reconhecido. A abordagem mista permitiu que tanto os
cientistas quanto o algoritmo apontassem elementos que, isoladamente, passariam
despercebidos.
“Foi como trabalhar com um colega: nem o humano nem a IA
conseguiram resolver o problema sozinhos, mas juntos conseguimos
entender esse fenômeno até então enigmático”, destacou o pesquisador Ludovic Jaubert, do CNRS, na Universidade de Bordeaux.
IA e humanos trabalharam juntos em tarefa que nem um nem o outro conseguiriam resolver sozinhos (Imagem: SWKStock / Shutterstock.com)
A experiência abre caminho para explorar outros desafios da física da
matéria condensada usando colaboração entre especialistas
e algoritmos de IA. Segundo os autores, esse tipo de abordagem pode ser
crucial para avanços em campos com dados limitados e questões altamente
complexas.
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Para saber mais, acesse o link>
Web Science Academy; Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos de Economia, Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia Climatologia). Participou do curso Astrofísica Geral no nível Georges Lemaître (EAD), concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Em outubro de 2014, ingressou no projeto S'Cool Ground Observation, que integra o Projeto CERES (Clouds and Earth’s Radiant Energy System) administrado pela NASA. Posteriormente, em setembro de 2016, passou a participar do The Globe Program / NASA Globe Cloud, um programa mundial de ciência e educação com foco no monitoramento do clima terrestre.
>Autor de cinco livros, que estão sendo vendidos nas livrarias Amazon, Book Mundo e outras.
Livraria> https://www.orionbook.com.br/
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