Caro(a) Leitor(a);
Tamanho dos exoplanetas
Ao fazer uma varredura em mais de 200 exoplanetas conhecidos, astrônomos descobriram um erro nas observações que indicam que grande parte dos planetas fora do Sistema Solar que conhecemos são muito maiores do que os cientistas haviam calculado.
É uma descoberta que promete mudar a estimativa de quais mundos distantes os cientistas consideram como potencialmente habitáveis, com condições para acomodar vida extraterrestre.
"Nós descobrimos que centenas de exoplanetas são maiores do que aparentam, e isso muda nossa compreensão sobre exoplanetas em larga escala," disse Te Han, da Universidade da Califórnia de Irvine, nos EUA. "Isso significa que podemos ter encontrado menos planetas semelhantes à Terra até agora do que pensávamos."
Embora o telescópio James Webb tenha recentemente fotografado diretamente um exoplaneta, esta é uma exceção - tipicamente os astrônomos descobrem planetas esperando que o planeta passe à frente da sua estrela hospedeira e, então, medem a queda muito sutil na luz que emana da estrela - esta é a técnica do trânsito planetário. "Estamos basicamente medindo a sombra do planeta," disse o professor Paul Robertson.
A equipe estava justamente revisando observações de centenas de exoplanetas feitas pelo observatório TESS (sigla em inglês para Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito), quando se deram conta que a luz de estrelas vizinhas "contamina" a luz de qualquer estrela que esteja sendo estudada - neste caso, para tentar encontrar seus planetas.
Isso pode fazer com que qualquer planeta que passe na frente de uma estrela pareça menor do que realmente é, porque planetas menores bloqueiam menos luz do que planetas maiores. Só que parte da luz captada não é da própria estrela, mas das estrelas vizinhas.
Existem várias receitas possíveis para procurar exoplanetas habitados.
[Imagem: Betül Kaçar]
Contaminação dos dados
De posse dos seus cálculos sobre esse "ruído" observacional, a equipe reanalisou centenas de observações de exoplanetas, e classificou esses planetas de acordo com o modo como diferentes equipes de astrônomos mediram seus diâmetros, para poder estimar o grau de distorção dessas medições devido à contaminação luminosa gerada pelas estrelas vizinhas.
A equipe também usou observações do telescópio GAIA, que mapeia nossa galáxia em 3D, para ajudar a estimar o quanto a contaminação luminosa está afetando as observações do TESS - o Gaia já coletou um tesouro de dados sobre a Via Láctea.
Te Han então construiu um modelo para corrigir a contaminação dos dados do TESS, e o modelo confirmou que os exoplanetas são sistematicamente maiores do que os cálculos originais haviam indicado.
Mundos aquáticos, como o K2-18b, podem ter atividade biológica, embora os indícios coletados até agora sejam controversos.
[Imagem: Alex Boersma]
Exoterras
A descoberta da contaminação dos dados afeta uma questão que é central para a comunidade astronômica: Quão comuns são os exoplanetas do tamanho da Terra?
O número de exoplanetas considerados semelhantes em tamanho à Terra já era pequeno, e agora precisamos recomeçar a contagem. "Dos sistemas planetários descobertos pelo TESS até agora, apenas três eram considerados semelhantes à Terra em composição," disse Han. "Com esta nova descoberta, todos eles são, na verdade, maiores do que pensávamos."
Isso significa que, em vez de planetas rochosos como a Terra, os planetas são provavelmente os chamados hiceanos, planetas cobertos por um oceano gigante que tendem a ser maiores que a Terra, ou planetas gasosos ainda maiores, como Urano ou Netuno.
Isso pode impactar a busca por vida em planetas distantes, pois, embora mundos aquáticos possam potencialmente abrigar vida, eles também podem não ter os mesmos tipos de características que contribuem para o florescimento da vida em planetas como a Terra.
Obrigado pela sua visita e volte sempre!
Para saber mais, acesse o link>
Web Science Academy; Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos de Economia, Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia Climatologia). Participou do curso Astrofísica Geral no nível Georges Lemaître (EAD), concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Em outubro de 2014, ingressou no projeto S'Cool Ground Observation, que integra o Projeto CERES (Clouds and Earth’s Radiant Energy System) administrado pela NASA. Posteriormente, em setembro de 2016, passou a participar do The Globe Program / NASA Globe Cloud, um programa mundial de ciência e educação com foco no monitoramento do clima terrestre.
>Autor de cinco livros, que estão sendo vendidos nas livrarias Amazon, Book Mundo e outras.
Livraria> https://www.orionbook.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário