Carlos Leitores;
A face cheia de crateras da Lua é um testemunho mudo da frequência de colisões de asteróides no Sistema Solar. E a própria Terra dificilmente é imune. De acordo com o Laboratório Lunar e Planetário da Universidade do Arizona, nosso planeta natal sofreu mais de três milhões de crateras de impacto com mais de 1 km de diâmetro – a maior com mais de 300 km de diâmetro.
Acredita-se que o impacto de Tunguska em 1908 na Sibéria, o maior impacto registrado na história, tenha sido desencadeado por um objeto de 30 a 40 m de diâmetro. A explosão aérea de Chelyabinsk em 2013, cuja onda de choque atingiu seis cidades na Rússia, pode ter sido causada por um asteroide de apenas 20 m de diâmetro.
A ESA vem considerando o uso de missões espaciais para avaliação de risco de asteroides há quase duas décadas. Embora a chance de um grande impacto de asteroide seja baixa, as consequências potenciais para nossa sociedade podem ser muito graves. Pequenos corpos estão continuamente colidindo com a Terra, no entanto, a grande maioria desses objetos são muito pequenos e não representam ameaça à atividade humana.
Impactos maiores são mais raros, mas, quando ocorrem, podem levar a uma grande catástrofe natural. Para comparação, a energia liberada pelo terremoto de Tohoku no Japão (3 de março de 2011) foi estimada em aproximadamente 45 megatons; esse desastre natural causou uma perda econômica estimada em mais de US$ 200 bilhões, de acordo com o Banco Mundial.
Os efeitos do impacto de um asteroide na Terra dependem de muitos fatores, como, por exemplo, a localização do impacto, trajetória e propriedades físicas do asteroide, etc., mas um pequeno objeto de 150 m pode liberar várias vezes a quantidade de energia liberada. em Tohoku.
A diferença com os terremotos é que, para um impacto de asteróide, temos a tecnologia disponível para mitigar essa ameaça, mas nunca foi testada em condições realistas. Além disso, o projeto de uma estratégia de mitigação eficiente depende de nossa compreensão das propriedades físicas de objetos ameaçadores e sua resposta a uma ferramenta de mitigação, que ainda é extremamente pobre.
A maioria das técnicas que foram propostas para evitar um evento de impacto com a Terra está ligada à alteração da trajetória de um asteroide em rota de colisão com a Terra. Dentre essas propostas, a que atualmente está sendo considerada mais madura, por se basear em tecnologia de espaçonaves já existente e acessível, é o impactor cinético, que altera a órbita de um asteroide por um impacto direto de uma espaçonave em um grau relativo muito alto. velocidade (vários km/s).
A Europa realizou estudos aprofundados desta abordagem – como o conceito da missão Don Quijote, que deu origem à AIDA – que seria adequado para enfrentar as ameaças estatisticamente mais comuns, nomeadamente de corpos com algumas centenas de metros de diâmetro. No âmbito de tais estudos de mitigação, é necessária uma melhor compreensão do processo de fragmentação resultante de um impacto para responder a questões essenciais:
*Como a transferência de momento do impactor depende da densidade aparente, porosidade, superfície e propriedades internas do objeto alvo próximo à Terra e do vetor de velocidade relativa do impactor?
*Quanta energia cinética do impactor pode estar indo para fragmentação e reestruturação ou para a energia cinética do material ejetado?
*A produção de material ejetado que aumenta o momento pode ser caracterizada em termos de parâmetros que, para muitos objetos, estão disponíveis apenas a partir de observações terrestres, como o tipo taxonômico?
Hera será a primeira investigação da Europa e da humanidade de uma técnica de defesa planetária. Juntamente com sua contraparte americana, DART, Hera faz parte da colaboração AIDA, chamada à vida para estudar o efeito de um impactor cinético atingindo um asteroide. O alvo da missão é o sistema de asteroides duplos Didymos, que se aproximará da Terra em 2022.
Fonte: Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês)
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Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Acompanha e divulga os conteúdos
científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration), ESA
(European Space Agency) e outras organizações científicas e tecnológicas.
Participa
do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao
Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela
NASA. A
partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB),
como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA
Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric
Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
Page: http://pesqciencias.blogspot.com.br
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