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Publicado em 20/07/2021 - 19:48 Por Alana Gandra - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro
Mudança
Luiz Drude lembrou que o mundo está no limiar de uma
gigantesca mudança planetária, que tem sido, até agora, desacelerada devido à
existência dos oceanos. Destacou, porém, que grande parte do oceano global está
ameaçada pelas atividades humanas que elevam o grau de destruição dos oceanos.
Entre as ameaças, citou a acidificação, a desoxigenação, poluição, aquecimento,
aumento do nível do mar, frequência de eventos climáticos extremos e a
exploração insustentável dos recursos marinhos.
De acordo com a ABC, com acúmulo de nutrientes, poluentes
orgânicos, metais pesados e plásticos, o oceano vem sendo assolado pela
contaminação ambiental, que representa uma ameaça à economia e à saúde pública.
A contaminação por mercúrio do oceano global constitui ameaça direta à
segurança alimentar, expôs Luiz Drude.
Entre as recomendações da ABC referentes às metas da
ciência oceânica para o desenvolvimento sustentável estão evitar, mitigar ou
compensar impactos negativos sobre o ambiente marinho, por meio da adoção de
ações cientificamente embasadas e vocacionadas para o bem-estar da humanidade;
planejar, implementar e dar escala a ações, inclusive na esfera legal, que
reduzam a intensidade do impacto ambiental negativo sobre os ecossistemas
costeiro e marinho, com ênfase nas mudanças climáticas e na poluição marinha.
Resposta
O professor emérito do Instituto Oceanográfico da
Universidade de São Paulo (USP), Edmo Campos, disse que a resposta para a
pergunta se ainda dá tempo de reverter o aquecimento global só virá por meio de
investigações continuadas por períodos longos, com colaboração internacional e
que não podem depender só de indivíduos. “As mudanças climáticas na Antártica
já estão atingindo regiões abissais, o que não é uma boa notícia”,
exemplificou.
Campos afirmou que as ações humanas estão produzindo um
aquecimento global que está levando o planeta a passar de uma temperatura média
amena para uma situação de grande instabilidade que pode levar para um novo
clima. Se a taxa de aumento da temperatura continuar como na atualidade, no ano
de 2100, a temperatura média global será a maior registrada nos últimos 10
milhões de anos, advertiu. Acrescentou que se continuarem as emissões de gases
de efeito estufa, o resultado pode ser a transformação do planeta em uma “Terra
estufa”, onde as temperaturas serão muito superiores às de hoje. A
alternativa, segundo o professor da USP, é a sociedade tomar medidas que
estabilizem o clima em um patamar mais ameno.
Para Edmo Campos, a solução está nos oceanos, que
conseguem atenuar as alterações do clima. Campos informou que o oceano global
tem absorvido mais de 90% do excesso de calor injetado na atmosfera desde a
Revolução Industrial.
Amazônia
Azul
O almirante de esquadra Ilques Barbosa focou sua
apresentação na Amazônia Azul, território marítimo brasileiro de 3,6 milhões de
quilômetros quadrados, registrado como zona econômica exclusiva (ZEE), e sua
importância para a sobrevivência e prosperidade do Brasil.
O presidente da ABC,
Luiz Davidovich, lembrou que a Amazônia Azul tem uma extensão comparável ao
tamanho do território nacional. “É um bioma extremamente importante, de onde
vem petróleo, peixes e muito mais. São uma biodiversidade e riqueza fantásticas
que podem servir, por exemplo, para insumos de novos medicamentos. Mas para
isso, nós precisamos cuidar”, salientou.
Na parte econômica, em especial, o almirante citou alguns
problemas, entre os quais a pesca predatória, que prejudica os oceanos e os
pescadores artesanais; os cabos submarinos que ligam o Brasil aos grandes
centros do mundo; e a necessidade de aprimorar a qualidade da água. O almirante
acredita que a pesca correta e as energias renováveis podem contribuir para a
sobrevivência dos oceanos e a prosperidade das populações do Brasil e do mundo.
Para isso, assegurou que “a ciência é vital, tanto a ciência básica como a
ciência aplicada”.
Ilques Barbosa acentuou também a importância da
Associação do ‘Cluster’ Tecnológico Naval para contribuir com a agenda da
década dos oceanos da ONU. Essa associação é formada pelas empresas Nuclep,
Condor, Emgepron e Amazul. A associação objetiva a promoção do mercado interno,
capacitação e formação, inovação e tecnologia, valorização do mercado local e
encadeamento produtivo entre pequenas, médias e grandes empresas. Além disso,
procura mobilizar as sete cidades no entorno da Baía de Guanabara (Rio,
Niterói, Magé, Duque de Caxias, São Gonçalo, Guapimirim e Itaboraí), com o
estado do Rio e a União, para criar mecanismos e possibilitar ações em prol do
desenvolvimento da indústria marítima como um todo. Ilques Barbosa afirmou que
o ‘cluster’ está se desenvolvendo para a construção de elos para uma economia
“mais azul”.
O documento da ABC salienta também a capacitação na
criação de equipamentos e insumos essenciais ao desenvolvimento da pesquisa
marinha; a necessidade de aprimoramento na regulamentação da exploração de
recursos naturais marinhos; promoção da cultura oceânica e a participação ativa
da sociedade no processo de formulação e implementação de políticas públicas,
de forma a ampliar o reconhecimento da importância do oceano e suas
vulnerabilidades, entre outras medidas.
Em conjunto com mais de 140 academias, a Academia
Brasileira de Ciências (ABC) reforçou hoje (20) a necessidade de
proteger o oceano como meio de proteger a própria vida na Terra. A instituição
lançou documento em defesa dos oceanos, em apoio à Década da Ciência Oceânica
para o Desenvolvimento Sustentável, declarada pela Organização das Nações
Unidas (ONU) para o período de 2021 a 2030.
Entre as principais recomendações do documento está a
criação de um instituto nacional que coordene as atividades científicas relativas
à pesquisa oceânica, promovendo a cooperação internacional e subsidiando as
políticas públicas sobre o oceano, visando o desenvolvimento científico e
tecnológico do Brasil. Na avaliação do professor Luiz Drude, da Universidade
Federal do Ceará (UFC), coordenador do documento, é preciso criar uma grande
instituição em pesquisa oceanográfica no Brasil para fazer a governança da rede
oceanográfica, “para colocar o Brasil como um player internacional
nesse assunto”.
Para o presidente da ABC, Luiz Davidovich, o Brasil
precisa fazer a sua parte, protegendo o mar que banha o litoral nacional
“contra atividades predatórias que reduzem sua rica biodiversidade e prejudicam
seus serviços ecossistêmicos. Essa é a nossa Amazônia Azul, fonte de riqueza
para o Brasil, a ser explorada de forma sustentável, de acordo com a evidência
científica", manifestou.
Fonte: Agência Brasil / Edição: Claudia Felczak / 21-07-2021
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-07/academia-brasileira-de-ciencias-lanca-documento-em-defesa-de-oceanos
Obrigado pela sua visita e volte sempre!
HélioR.M.Cabral (Economista,
Escritor e Divulgador de conteúdos da
Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD)
de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Acompanha e
divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space
Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas
e tecnológicas.
Participa
do projeto S`CoolGroundObservation (Observações de Nuvens) que é integrado ao
Projeto CERES (CloudsandEarth´sRadiant Energy System) administrado pela NASA.A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica
Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The GlobeProgram / NASA
GlobeCloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela
NationalOceanicandAtmosphericAdministration (NOAA) e U.S DepartmentofState.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
Page:
http://pesqciencias.blogspot.com.br
Page:
http://livroseducacionais.blogspot.com.br
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