Caros Leitores;
Sequoia Lunar é atração da praça central da cidade desde 1982 e agora
foi reconhecida pelo site da agência norte-americanaAndrews Mohr / Divulgação
Uma sequoia que foi plantada em 1982, entre
dois cambarás, na Praça São José, em Cambará do Sul, finalmente teve sua origem
comprovada. Ela passou a constar na lista da NASA (Agência Espacial Americana)
que referencia a localização do plantio de mais de 450 mudas que foram
distribuídas a diversos lugares do mundo no projeto The Moon Trees (árvores
da Lua).
Foram mudas que germinaram
a partir de sementes que fizeram parte de uma experiência biológica da missão
espacial Apollo 14, que enviou três astronautas à órbita da Lua em 1971. No
Brasil, apenas três lugares contam com um exemplar de "Sequoia
Lunar". Além de Cambará, na Serra, foi registrado o plantio de uma na sede
do Ibama, em Brasília (DF), e há outra também em solo gaúcho, no Parque de
Exposições de Santa Rosa.
Em Cambará, o plantio da muda foi realizado pelo prefeito da
época, Pedro Teixeira Constantino, em um ato público. Um jornal que circulou na
cidade durante o mandato dele, Sentinela Cambaraense, extinto em janeiro de
1983, noticiou o evento que ocorreu no dia 26 de setembro, alusivo ao Dia da
Árvore, celebrado em 21 do mesmo mês.
A publicação informava que a muda plantada pelo prefeito havia
sido fornecida por um delegado do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal (IBDF), órgão que também foi extinto em 1983. Este é o único registo
conhecido, já que a documentação oficial acabou sendo danificada pela chuva.
— O certificado estava em uma urna que foi enterrada na praça com
outros documentos, mas acabou tendo infiltração e nada do que estava dentro foi
recuperado. Tentei buscar mais informações na prefeitura, mas também não
encontraram documentos sobre isso. Por muito tempo as pessoas acharam que fosse
mentira, mas agora está ali a comprovação — declara Lorene Dalanhol, 62 anos,
que foi companheira do prefeito nos últimos 16 anos de vida dele.
A atual administração municipal não sabe informar o motivo pelo
qual Cambará foi contemplada com a muda. Em reportagem produzida por GZH, em
2014, a então coordenadora de turismo Rosevane de Souza, disse que um sorteio
teria ocorrido. Seu Gesmar Borges, que vai completar 80 anos no dia 21 de
setembro (Dia da Árvore) e que se considera um "anotador" da história
de Cambará do Sul acredita em outra versão.
— Não sei dizer oficialmente como a cidade foi escolhida, mas
lembro que o prefeito era muito influente em Porto Alegre, inclusive
junto ao consulado americano, por onde provavelmente ocorreu essa distribuição
— comenta Borges.
O status de árvore lunar passou a constar no site da Nasa em março
deste ano. Uma reportagem publicada pela Revista Galileu afirma que isso se deu
por iniciativa de um cientista da computação gaúcho, Douglas Hecher, que desde
2017 se dedica a estudar a história e as características do Parque Nacional dos
Aparados da Serra e teria enviado um e-mail à agência norte-americana.
A publicação no site oficial da agência cita a publicação do
jornal da cidade, que coincide com a época da distribuição de mudas pelo mundo,
mas faz uma correção: a placa da cidade informa que a semente foi germinada na
Lua, porém, segundo a NASA, nenhum solo lunar esteve envolvido no cultivo
dessas árvores, ou seja, elas brotaram aqui no planeta Terra mesmo. As centenas
de sementes levadas à missão pelo astronauta Stuart Roosa foram germinadas pelo
Serviço Florestal americano e espalhadas pelos EUA. Outra parte foi doada a
países como Japão, Suíça e Brasil.
A Sequoia Lunar de Cambará do Sul está localizada na área central da
cidadeAndrews Mohr / Divulgação
Motivo de orgulho para a cidade
A Sequoia Lunar de Cambará está localizada na área central da cidade e
acaba sendo visitada por muitos turistas, que procuram o local para fazer fotos
junto ao termômetro que comprova as baixas temperaturas, tradicionalmente
registradas durante o inverno serrano. Para o prefeito da cidade, Ivan do
Amaral Borges, o reconhecimento de autenticidade da origem da árvore pode
contribuir, ainda mais, para o desenvolvimento turístico da região.
— A concessão dos parques já está movimentando muito e isso é algo
interessante, que pode despertar ainda mais. A cidade está se desenvolvendo de
um jeito que não conseguimos nem imaginar aonde vai chegar, assim como essa
árvore, que já está quase chegando na Lua mesmo — brincou o gestor.
Prestes a completar 39 anos de idade, a árvore atinge cerca de 30 metros
de altura e 70 centímetros de diâmetro, podendo chegar aos 112 metros de altura
registrados em outros exemplares de sua espécie, que é a Sequoia
sempervirens, também conhecida como Sequoia-costeira.
— É a árvore mais alta do mundo, com tendência de crescer verticalmente
durante os primeiros 300 anos de vida. Vivem para sempre, é o que se diz da
Sequoia — afirma Ricardo Mentez, integrante da terceira geração da família que
fundou e mantém o Parque das Sequoias, em Canela.
Ele diz tratar-se de uma espécie da Califórnia, que habita parte da
costa norte -americana e que se aclimatou bem aqui na região da Serra. Os mais
de cem exemplares que chegam a 42 metros de altura e 1,7 metro de diâmetro, que
povoam o parque, são a prova disso.
O plantio delas em Canela ocorreu em 1951, com a proposta de estudar
alternativas à Araucária, símbolo do bioma local que, até então, vinha sendo
explorado como matéria-prima para o setor moveleiro e de celulose. Testes
realizados em Porto Alegre, por exemplo, não tiveram o mesmo êxito por conta do
clima, algo que, segundo Mentez, também pode impactar o desenvolvimento da
Sequoia Lunar de Santa Rosa, por ser uma região de temperaturas mais elevadas.
Além disso, o administrador do parque destaca que o desenvolvimento
saudável da planta depende, de outras Sequoias no entorno, para que seja
garantida a sustentação, e afirmou que a presença de calçamento sobre as raízes
pode prejudicar a árvore.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/geral/noticia/2021/07/arvore-plantada-em-cambara-e-reconhecida-pela-nasa-como-uma-das-mudas-de-sementes-que-integraram-missao-a-lua-ckr6px7e6007s0193v6tg53xo.html
Obrigado pela sua visita e volte sempre!
HélioR.M.Cabral (Economista,
Escritor e Divulgador de conteúdos da
Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD)
de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Acompanha e
divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space
Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas
e tecnológicas.
Participa
do projeto S`CoolGroundObservation (Observações de Nuvens) que é integrado ao
Projeto CERES (CloudsandEarth´sRadiant Energy System) administrado pela NASA.A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica
Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The GlobeProgram / NASA
GlobeCloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela
NationalOceanicandAtmosphericAdministration (NOAA) e U.S DepartmentofState.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
Page:
http://pesqciencias.blogspot.com.br
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