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Cometa 17P/Holmes, em imagem captada em novembro de 2007, poucos dias após sua explosão mais poderosa, conhecida até hoje como a maior da história. Crédito: Gil-Estel – Creative Commons
Uma equipe formada por pesquisadores da Finlândia, do Canadá e da Rússia descobriu uma trilha de poeira incomum deixada por uma explosão do cometa 17P/Holmes, em 2007 e é a mais poderosa autocombustão cometária já documentada até hoje.
Observações feitas por telescópios na Austrália, Finlândia e EUA foram analisadas pela equipe internacional de cientistas em duas etapas: entre 2013 e 2015, e, depois, de 2020 a 2021. A descrição dos resultados da pesquisa foi publicada no periódico científico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
De acordo com autores do estudo, as órbitas das partículas ejetadas pela explosão cometária têm uma forma semelhante a uma ampulheta. E, segundo eles, é a primeira vez que uma formação desse tipo é identificada.
Imagens de observações da trilha de poeira do cometa tiradas pelos pesquisadores em 2015. Crédito: Arto Oksanen
Nos lados opostos da trilha há nós de convergência de órbitas ao longo das quais as partículas se movem. O nó norte está localizado no ponto original da explosão do cometa, tendo o nó sul na outra extremidade.
Enquanto as partículas de médio e grande porte têm órbitas pequenas, possibilitando que elas cheguem primeiro aos nós, as partículas menores têm órbitas maiores, o que faz com que elas levem mais tempo para alcançar os nós.
“A enorme quantidade de partículas ejetadas do cometa durante a explosão se espalhou em órbitas elípticas ao redor do Sol. Isso proporciona uma oportunidade única de estudar o material cometário e sua dispersão no espaço interplanetário”, disse a líder do estudo Maria Gritsevich, professora adjunta da Universidade de Helsinque, na Finlândia, e pesquisadora sênior do Instituto Finlandês de Pesquisa Geoespacial e da Associação Astronômica Ursa.
“Para entender a física e a escala desse fenômeno, desenvolvemos um novo modelo que descreve realisticamente a evolução das trilhas de poeira cometária resultantes”, explicou a cientista.
Segundo ela, os resultados de sua pesquisa tornam possível prever a localização e o comportamento da trilha de poeira do cometa 17P/Holmes, incluindo seu caminho de volta ao ponto de explosão original. Além disso, esse estudo pode ajudar no cálculo de explosões de cometas ou prever a ocorrência e intensidade das chuvas de meteoros.
“Neste estudo, desenvolvemos modelos de alta precisão da explosão do cometa 17P/Holmes em si e da propagação das partículas de poeira resultantes”, disse Markku Nissinen, membro da Rede Finlandesa de Meteoros Fireball na Ursa. “Além disso, combinamos os dois modelos pela primeira vez e isso resultou em um novo modelo poderoso”.
Cometa 17P/Holmes chegou a ser o maior objeto do Sistema Solar
Segundo Nissinen, a peculiaridade do modelo é que ele leva em conta os efeitos da pressão da radiação solar, de distúrbios gravitacionais causados pelos planetas Vênus, Terra (e sua lua), Marte, Júpiter e Saturno, bem como da interação gravitacional de partículas de poeira com o cometa pai.
Os cientistas continuarão a estudar o cometa 17P/Holmes para determinar as razões para o aumento periódico do brilho, possíveis efeitos secundários e sazonais (como pressão de radiação não gravitacional e irregular) sobre as partículas e a possibilidade de observar na faixa de comprimento de onda infravermelha.
Em 1982, foi a primeira vez que uma explosão do cometa 17P/Holmes foi observada. A descoberta foi feita pelo astrônomo britânico Edwin Holmes. Depois disso, outra explosão ocorreu entre os dias 23 e 24 de outubro de 2007, com cerca de três horas de duração.
Esse episódio é conhecido como a maior explosão cometária já registrada na história das observações astronômicas. Devido à liberação de partículas e ao enorme aumento no tamanho da superfície refletindo a luz solar, o brilho do cometa aumentou 1 milhão de vezes. Por esse breve momento, o cometa também se tornou o maior objeto do Sistema Solar.
Fonte: Olhar Digital / Por Flavia Correia, editado por André Lucena 05/05/2022
https://olhardigital.com.br/2022/05/05/ciencia-e-espaco/maior-explosao-de-cometa-da-historia-deixou-trilha-de-poeira-incomum/?utm_campaign=notificacao&utm_source=notificacao
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Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e
Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e
Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo
o Sol e outras Estrelas”.
Acompanha e
divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space
Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas
e tecnológicas.
Participa do
projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao
Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela
NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira
(SAB), como astrônomo amador.
Participa também
do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e
Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a
Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF),
e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S
Department of State.
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