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Um grupo de astrônomos da Universidade da Califórnia (EUA) obteve dados que sugerem que o espaço está se expandindo mais rapidamente do que o previsto.
O estudo surge em meio à grande polêmica sobre qual a real velocidade da expansão do Universo, cujos números atuais levam a estimativas contraditórias, reportou o Observatório W.M Keck.
A equipe de cientistas desenvolveu um novo método para medir a rapidez de expansão do Universo, chamado de Constante de Hubble.
"Quando eu comecei a trabalhar nesta questão, há mais de 20 anos, os instrumentos disponíveis limitavam a quantidade de dados úteis que você poderia extrair das observações", disse o pesquisador Chris Fassnacht, professor de física da Universidade da Califórnia em Davis.
O grupo utilizará informações captadas pelo Telescópio Hubble da NASA e do Observatório de Ótica Adaptativa W. M. Keck (AO) para observar três sistemas com lentes gravitacionais. Essa é a primeira vez que um sistema de ótica adaptativa será utilizado para medir a Constante de Hubble.
"Neste projeto, vamos usar o Observatório Keck pela primeira vez na análise completa. Há muitos anos que sinto que as observações do AO podem contribuir muito para o nosso trabalho", completou o cientista.
Os resultados da equipe, publicados na última edição do jornal Royal Astronomical Society, mostraram que há um problema em nosso entendimento de como o Universo se expande, ou no método de medir a Constante de Hubble.
Expansão do Universo
Tradicionalmente, a ciência acreditava que o Universo havia se expandido a uma velocidade muito alta no início de sua história e, depois, essa expansão teria se tornado um pouco mais lenta, em função da força gravitacional da matéria escura. Nos dias atuais, a expansão estaria se acelerando, por influência da energia escura, uma força ainda misteriosa para a ciência moderna.
FOTO / ESA/HUBBLE & NASA, A. EVANS
Fusão de duas galáxias designada UGC 2369. Imagem foi feita pelo telescópio Hubble e publicada em 05/08/2019
Mas o grupo detectou que há uma discrepância na velocidade de expansão detectada, o que sugere que o Universo estaria se expandindo mais rapidamente do que pensávamos.
"A Constante de Hubble é constante em qualquer lugar do espaço em um determinado momento. Mas ela não é constante no tempo. Então, quando comparamos as Constantes de Hubble adquiridas pelos diferentes métodos, estamos comparando um Universo mais antigo [usando dados de observações feitos a grandes distâncias], com uma versão mais moderna do Universo [usando observações locais, mais próximas]", explicou o pesquisador.
Isso sugere que há um problema no modelo cosmológico usado até hoje, que deve ser modificado de alguma forma, usando novas descobertas da física, para corrigir a defasagem.
Próximos passos
Após a descoberta, grupos de astrônomos de todo o mundo aumentaram o número de observações, a fim de coletar uma maior quantidade de dados para investigar o fenômeno. Agora que foi provado que o Observatório de Ótica Adaptativa tem potencial para fazer as medições, astrônomos de todo o mundo podem utilizá-lo para melhorar as estimativas da Constante de Hubble.
"Agora podemos usar esse método […] para melhorar a precisão da nossa medição da Constante de Hubble. Talvez isso nos leve a um modelo cosmológico mais completo do Universo", concluiu Fassnacht.
Fonte: Sputnik News / 23-10-2019
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HélioR.M.Cabral
(Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da
Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).
Membro
da Society for Science andthePublic (SSP) e assinante de conteúdoscientíficos
da NASA (NationalAeronauticsand Space Administration) e ESA (European Space
Agency).
Participa do projeto S`CoolGroundObservation
(Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES
(CloudsandEarth´sRadiant Energy System) administrado pela NASA.A partir de 2019, tornou-se
membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do
projeto The GlobeProgram / NASA GlobeCloud, um Programa de Ciência e Educação
Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este
projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado
pela NationalOceanicandAtmosphericAdministration (NOAA) e U.S DepartmentofState.
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