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Fenômeno é gerado pela liberação de partículas na heliosfera: uma espécie de atmosfera do Sol
(Haitong Yu/Getty Images
Por muitas décadas, a região mais externa do Sistema Solar foi um domínio restrito apenas aos livros de teoria. Também, a mais ou menos 20 bilhões de quilômetros da Terra, como obter informações e medidas científicas detalhadas sobre uma área tão remota? Graças às duas sondas Voyager, lançadas em 1977, essa fronteira da astrofísica se tornou um pouco mais acessível a nós. E uma descoberta que acaba de ser divulgada veio reforçar isso.
Um estudo realizado com as intrépidas viajantes, uma delas já no espaço interestelar desde 2012, a outra quase lá, revelou pela primeira vez informações completas sobre o complexo ecossistema nas beiradas da heliosfera — onde as condições mais parecem as de uma panela de pressão. Existem muitas forças em atuação nos rincões do Sistema Solar. Elas vêm tanto de dentro, quanto de fora, na forma de plasma, campos magnéticos e partículas.
Os dados revelam que a pressão ali é maior do que se imaginava: varia de 212 a 322 femtopascal. Ou seja, 0,0000000000002 a 0,0000000000003 pascal. É um nada se comparado à pressão atmosférica na Terra (101 mil pascal), mas surpreendeu os cientistas.
Na Terra, a pressão do ar é calculada conforme a ação da gravidade nas moléculas da atmosfera. Na heliopausa, a grande região onde acaba a influência do Sol e começa o meio interestelar, é mais complicado calcular a pressão. O Sol também tem uma espécie de atmosfera, a heliosfera, onde a influência magnética solar se dissipa. É como se fosse o tecido de um balão.
Dentro desse balão, uma das principais forças é uma espécie de fusão de várias explosões solares violentas chamadas ejeções de massa coronal. De tempos em tempos, o Sol libera grandes quantidades de partículas e plasma para o espaço, e conforme elas viajam, podem se fundir. Foi isso que as sondas Voyager detectaram em 2012 — um evento único do ponto de vista da dinâmica do Sistema Solar exterior. Elas estavam no lugar certo, na hora certa.
Como os cientistas têm um controle preciso da distância das duas espaçonaves, puderam calcular com precisão como cada uma recebeu o impacto dessa leva de partículas solares, e como cada uma respondeu ao estímulo das forças que vêm do meio interestelar. Para a Voyager 2, ainda protegida pelo escudo magnético do Sistema Solar, a quantidade de raios cósmicos galácticos diminuiu durante o evento em todas as direções.
Um efeito parecido foi detectado na Voyager 1, já no meio interestelar, só que quatro meses depois, e apenas em uma direção: a da heliosfera. Naquela região, as ondas de som viajam a 300 quilômetros por segundo, mil vezes mais rápido que aqui na Terra. Essa diferença na intensidade de raios cósmicos galácticos nas sondas permitiu que os cientistas obtivessem um melhor entendimento dessa região — e do próprio meio interestelar.
Fonte: Revista Superinteressante / Por A. J. Oliveira / 09-10-2019
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HélioR.M.Cabral (Economista,
Escritor e Divulgador de conteúdos da
Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).
Membro da Society for
Science andthePublic (SSP) e assinante de conteúdoscientíficos da NASA
(NationalAeronauticsand Space Administration) e ESA (European Space Agency).
Participa
do projeto S`CoolGroundObservation (Observações de Nuvens) que é integrado ao
Projeto CERES (CloudsandEarth´sRadiant Energy System) administrado pela NASA.A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica
Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The GlobeProgram / NASA
GlobeCloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela
NationalOceanicandAtmosphericAdministration (NOAA) e U.S DepartmentofState.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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