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domingo, 19 de abril de 2020

Idade do campo magnético da Terra divide a ciência

Caros Leitores;








Em ciência, certezas não existem porque, a qualquer momento, novas evidências surgem para implodir tudo o que se acreditava como certo. Dessa vez, elas apareceram em Jack Hill (Austrália), um afloramento rochoso conhecido por reunir as rochas mais antigas do planeta, contendo minúsculos cristais de um mineral resistente chamado zircão. Por sua vez, estes são lascas de um bloco ainda mais antigo, as chamadas rochas hadeanas, que datam de 4,2 bilhões de anos, formadas a partir do magma resfriado.

Esses cristais preservam evidências de um antigo campo magnético, de acordo com uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pelo geofísico da Universidade de Rochester John Tarduno. Segundo as análises do grupo publicadas em janeiro, nosso escudo protetor surgiu 750 milhões de anos antes do que hoje se acredita.

"Nem todos estão convencidos desse resultado, porque isso jogaria para trás a data de nascimento aceita do campo magnético da Terra, que é de 3,5 bilhões de anos. Há pesquisadores tentando provar que nossas conclusões estão erradas, mas isso faz parte da ciência", disse Tarduno à Science Mag.










Zircões são cristais encontrados nas rochas mais antigas do planeta.

O grupo citado é formado por cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que concluíram que zircões talvez não sejam confiáveis como gravadores de campos magnéticos antigos.

Um dos autores do artigo publicado agora na Science Advances, Caue Borlina (Ph.D. em Ciência Planetária e, atualmente, aluno do Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do MIT) explica que “entre 4,4 bilhões e 3,5 bilhões de anos, a vida surgiu na Terra. O fato de existir nessa época um campo magnético tem implicações para o ambiente no qual a vida floresceu no planeta”.











Mistério sobre o que havia antes
A cada segundo, o Sol lança em nossa direção 1,5 milhão de toneladas de material – plasma e gás eletrificado. Viajando a centenas de quilômetros por segundo, esse incessante vento solar atinge a Terra há mais de 4 bilhões de anos mas, graças ao campo magnético do planeta, ele é desviado para o espaço aberto.










Primeiro, acreditou-se que o campo magnético teria sido gerado quando o núcleo do planeta esfriou e se cristalizou, há um bilhão de anos. O ferro líquido onde está mergulhado o coração da Terra acompanha a rotação do planeta, criando correntes elétricas que são a origem do campo de ondas magnéticas que se estende espaço adentro.

Porém, se o campo existe há 3,5 bilhões de anos, algo antes de o núcleo tornar-se sólido gerava as ondas magnéticas, e é isso que os cientistas estão tentando descobrir: quando nosso escudo protetor se formou. "Não há ainda evidências sólidas de um campo magnético antes de 3,5 bilhões de anos atrás e, mesmo que houvesse um, será muito difícil encontrar evidências”, explica Borlina.
Hipnótica maré de metal líquido
Na impossibilidade de se estudar in loco o interior da Terra, resta aos cientistas criarem simulações no computador. Uma das mais conhecidas foi feita por pesquisadores do Instituto de Ciências da Terra, na França, e mostra a sopa de ferro e níquel fundidos em diferentes temperaturas formando vórtices e fluxos de material nem sempre uniformes.

O trabalho, posteriormente publicado no Geophysical Journal International, ajudou a entender melhor como se comporta o campo magnético terrestre, que não é gerado de maneira igual por todo o planeta.  

Fonte: Tecmundo / 19-04-2020

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HélioR.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).

Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.

Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).

Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA.A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.

Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.



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