Todos sabem o que são auroras boreais e austrais – aqueles lindos padrões de luzes nos pólos. As auroras boreais formam-se ao polo norte. As austrais, por sua vez, formam-se no polo sul.
Afinal, qual é a explicação física para a formação das auroras? Para entender isso, precisamos entender dois pontos principais. O primeiro deles ocorre no Sol, e o outro, aqui na Terra.
Os ventos solares
Na superfície do Sol, as temperaturas ultrapassam os 5500 graus Celsius. Entretanto, não é esse o local mais quente do Sol. Este título vai para a coroa solar, com uma temperatura de mais de um milhão de graus Celsius
A coroa solar é literalmente como uma coroa. Trata-se de uma região que envolve o Sol. Ela é composta por plasma, ou seja, partículas altamente energéticas.
Na escola você deve ter aprendido sobre os estados da matéria: sólido, líquido e gasoso. O que talvez não tenham te contado, é que há alguns outros estados da matéria.
O plasma é um desses estados. Ele é o estado que sucede o gás. Se você aquecer um líquido, em um momento se torna gás, correto? Pois bem, se você aquecer o gás, ele se tornará plasma.
Um ponto importante para nosso raciocínio, é que em um plasma, os átomos tornam-se íons. Um íon é um átomo com mais ou menos elétrons do que deveria ter para o seu equilíbrio. Isso faz com que a interação do átomo com campos elétricos e magnéticos seja maior.
É bastante comum que, com algumas dinâmicas nos campos magnéticos solares, essas partículas carregadas sejam lançadas em alta velocidade para o espaço. O termo técnico para isso é ejeção de massa coronal.
Auroras boreais, proteção da mãe Terra.
Como todos sabemos, a Terra também possui um campo magnético. Ele é alimentado principalmente pela movimentação do níquel e ferro em um estado meio pastoso, dentro da Terra.
O campo magnético da Terra nos protege da maior parte dessas partículas carregadas. Elas atingem o campo magnético. Nesse momento, são lindamente repelidas.
Ademais, justamente a existência do campo magnético que possibilita a vida na Terra. Se Ele não existisse, seríamos bombardeados pelos ventos solares, que destruiriam a atmosfera, além de expor a vida a grandes quantidades de radiação.
Bom, nos polos, no entanto, é mais fácil para essas partículas adentrarem. Elas se guiam pelas linhas do campo magnético. Ao adentrar na atmosfera e interagem com os gases da atmosfera.
É, portanto, justamente a interação dos elétrons com as moléculas de oxigênio e nitrogênio na atmosfera que criam os padrões luminosos. As cores geradas são azul, vermelho e verde.
Em 1859, a Terra recebeu ventos solares tão fortes que foi possível ver auroras a partir do Brasil, além de diversos outros locais próximos ao equador, e isso é assustador. O incidente queimou diversas redes elétricas e telegráficas.
Ademais, se nos dias de hoje uma tempestade solar de tal magnitude atingisse a Terra, queimaria satélites e computadores pelo mundo. Seria uma verdadeira catástrofe. Voltaríamos, portanto, para a Idade Média.
Com informações de Space.com e Britannica.
Fonte: So Científica / 03-09-2020
HélioR.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).
Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´sRadiant Energy System) administrado pela NASA.A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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