Mas Zelhenka disse que em novos modelos climáticos, esse efeito não é tão poderoso para o resfriamento da Terra como os cientistas pensavam. Ao mesmo tempo, os modelos também prevêem que a Terra terá menos e mais finas nuvens de baixo nível, particularmente no Hemisfério Sul, nas partes de latitude média.
Nuvens espessas e fofas de baixo nível na atmosfera ajudam a bloquear a luz solar da Terra e a protegê-la de algum aquecimento, portanto, perder a cobertura das nuvens significa perder essa proteção.
“Menos delas significa menos protetor solar”, disse Zelinka.
Para piorar a situação, espera-se que as nuvens mais altas da atmosfera subam ainda mais alto. “Este é um feedback positivo e amplificador do aquecimento global porque limita fortemente a capacidade da Terra de irradiar calor para o espaço à medida que aquece (como se seu corpo de alguma forma não pudesse suar enquanto se exercita)”, disse Zelinka.
As descobertas são preocupantes. Mas para saber o quanto precisamos nos preocupar, os pesquisadores precisarão examiná-las mais a fundo. Isso inclui fazer mais experiências para ver quais modelos climáticos têm nuvens mais parecidas com as do mundo real.
“Esses últimos modelos altamente sensíveis são muito sofisticados e de alta tecnologia”, disse Tim Myers, co-autor do artigo, em um comunicado. “Nós os levamos a sério, mas também precisamos examiná-los de perto para descobrir se as suas previsões são plausíveis”.