Caros Leitores,
A bela imagem mostra bem o Brilho de Da Vinci ou luz cinérea da Lua. A região escura do satélite é dominada por um brilho pálido cinzento que revela suavemente os detalhes do relevo lunar. Crédito: Delberson Tiago, Apolo11.com.
Vendo e Aprendendo
É possível observar o fenômeno sempre na fase próxima à Lua Nova, logo antes do quarto crescente ou depois do quarto minguante. A região escura da Lua é dominada por um brilho pálido cinzento que revela suavemente os detalhes do relevo lunar.
Utilidade
Embora seja uma curiosidade óptica, o estudo deste fenômeno é usado para ajudar a avaliar o albedo terrestre e também analisar a cobertura de nuvens – um importante fator climático em nosso planeta. A menor parte da luz, algo em torno de 10%, é refletida pelos oceanos. Os continentes refletem de 10 a 25% e as nuvens em torno de 50%.
Se você já viu a Lua brilhando desse jeito, com a superfície fracamente
iluminada onde deveria estar escura, saiba que esse fenômeno é conhecido e
estudado há mais de 500 anos. Ele tem vários nomes e alguns deles você já deve
ter ouvido falar.
A bela imagem mostra bem o Brilho de Da Vinci ou luz cinérea da Lua. A região escura do satélite é dominada por um brilho pálido cinzento que revela suavemente os detalhes do relevo lunar. Crédito: Delberson Tiago, Apolo11.com.
Embora explicado já na
época do Descobrimento do Brasil, esse fenômeno é conhecido desde a antiguidade
e já perturbou a curiosidade de vários homens ao longo de milhares de anos.
Desde
então recebeu vários nomes, entre eles "Luz Cinérea", "brilho
pálido" (ashen glow), "brilho da Terra" (Earthshine),
"brilho planetário" (planetshine), “Brilho de Da Vinci” (The Da Vinci
Glow), e ainda “A velha Lua nos braços da nova Lua”.
Vendo e Aprendendo
É possível observar o fenômeno sempre na fase próxima à Lua Nova, logo antes do quarto crescente ou depois do quarto minguante. A região escura da Lua é dominada por um brilho pálido cinzento que revela suavemente os detalhes do relevo lunar.
Por
muito tempo questionou-se a origem de tal brilho, haja vista que aquela região
não está exposta à luz solar, portanto não haveria como brilhar.
Somente
no século XVI é que um estudioso, cuja imaginação não possuía precedentes, foi
capaz de lançar luz às sombras que envolviam o mistério do pálido brilho lunar.
Tal homem é conhecido por sua famosa Mona Lisa e pelos seus engenhosos inventos
como máquinas de voar e submarinos, em uma época na qual a humanidade nem tinha
certeza que a Terra orbitava o Sol. Seu nome: Leonardo Da Vinci.
Foi
ele quem propôs que aquele brilho observado na Lua era a própria luminosidade
da Terra refletida em seu satélite natural. Da Vinci havia descoberto o Brilho
da Terra (Earthshine).
Hoje, em pleno século XXI,
é fácil para nós compreendermos este fenômeno, pois vivemos em uma era de
profunda exploração espacial, inclusive o homem já foi à Lua e testemunhou de
lá o brilho do nosso planeta. Assim como a Lua ilumina a superfície terrestre
durante a noite, a Terra também ilumina a superfície lunar, mas com um brilho
cinquenta vezes maior do que o brilho da Lua cheia.
O
brilho da Terra é um tipo de brilho planetário (planetshine) e não é exclusivo
do nosso planeta, pois já fora observado em outros planetas com suas
respectivas luas. Recentemente a sonda espacial Cassini registrou o brilho de
Saturno (Saturnshine?) sobre a sua lua Lapetus.
Ao
observarmos a luz cinérea estamos na realidade vendo um evento de reflexão
dupla, porque a luz do Sol é refletida pela Terra em direção à Lua e depois
refletida de volta à Terra pela Lua.
Utilidade
Embora seja uma curiosidade óptica, o estudo deste fenômeno é usado para ajudar a avaliar o albedo terrestre e também analisar a cobertura de nuvens – um importante fator climático em nosso planeta. A menor parte da luz, algo em torno de 10%, é refletida pelos oceanos. Os continentes refletem de 10 a 25% e as nuvens em torno de 50%.
Além
disso, os estudos do brilho da Terra permitem verificar a variação da cobertura
de nuvens ao longo do tempo. Resultados entre 1985 e 1997 mostraram uma queda
de 6,5% na cobertura de nuvens em nosso planeta e um aumento correspondente
entre 1997 a 2003. Isto tem implicações no que diz respeito ao aquecimento
global, já que algumas nuvens aquecem o planeta ao reterem calor e outras
resfriam ao aumentarem o albedo terrestre.
Sobre o Autor
Delberson Tiago de Souza é militar no Estado de Goiás e
atualmente está se graduando em Física pela Universidade Estadual de Goiás.
Dentre as suas práticas estão a construção de telescópios e a astrofotografia.
Fonte:
Apollo 11.com
HélioR.M.Cabral
(Economista, Escritor e Pesquisador Independente na Astronomia, Astrofísica,
Astrobiologia e Climatologia).
Membro da Society for
Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA
(National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).
Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens)
que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System)
administrado pela NASA.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um
Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de
monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e
National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and
Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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