Caros Leitores;
Quarentena galáctica
Comunicação
“Parece que, embora as comunicações de rádio forneçam um meio natural para a busca de inteligência extraterrestre para civilizações mais jovens do que alguns milênios, as civilizações mais antigas deveriam desenvolver programas extensivos de colonização interestelar. Esta é a única maneira de obter provas indiscutíveis, a favor ou contra a existência de inteligência extraterrestre, durante o seu tempo de vida”, sugere Nicolas Prantzos, diretor de pesquisa do Centro Nacional de la Recherche Scientifique (CNRS), também para a Forbes.
Por enquanto, não sabemos absolutamente nada – nem mesmo se eles seriam parecidos conosco. “O ambiente em um exoplaneta vai impor suas próprias regras.Não há tendência na evolução biológica: a enorme variedade de várias morfologias observadas na Terra torna improvável qualquer especulação exobiológica, pelo menos para a vida ‘complexa’ macroscópica”, explica Roland Lehoucq, astrofísico que trabalha no Commissariat l’Energie Atomique (CEA), na mesma matéria. Cético de que os humanos teriam muito em comum com as formas de vida extraterrestres, Lehocq discutiu no workshop sobre o persistente antropocentrismo em nossa compreensão e descrição da vida alienígena “e quão difícil é para os humanos imaginar a inteligência extraterrestre radicalmente diferente de nós mesmos”.
A pergunta “será que estamos
sozinhos no universo?” faz parte da cultura humana há muito tempo, e a resposta
é provavelmente não. Para alguns cientistas, essa não é nem sequer a questão: a
pergunta que devemos fazer seria “por que ainda não fizemos contato com
civilizações alienígenas?”. Afinal, a ciência já descobriu mais de 4 mil
exoplanetas confirmados somente na Via Láctea – os astrônomos esperam que haja
mais de 50 bilhões de exoplanetas no resto do Universo.
Alguns
destes astrônomos, astrofísicos, biólogos, sociólogos, psicólogos e
historiadores que defendem que a questão não é se os extraterrestres existem,
mas por que ainda não fizemos contato com eles, se reuniram em Paris nesta
semana para debater algumas hipóteses, e algumas delas são bem interessantes.
Quarentena galáctica
Comunicação
“Parece que, embora as comunicações de rádio forneçam um meio natural para a busca de inteligência extraterrestre para civilizações mais jovens do que alguns milênios, as civilizações mais antigas deveriam desenvolver programas extensivos de colonização interestelar. Esta é a única maneira de obter provas indiscutíveis, a favor ou contra a existência de inteligência extraterrestre, durante o seu tempo de vida”, sugere Nicolas Prantzos, diretor de pesquisa do Centro Nacional de la Recherche Scientifique (CNRS), também para a Forbes.
Por enquanto, não sabemos absolutamente nada – nem mesmo se eles seriam parecidos conosco. “O ambiente em um exoplaneta vai impor suas próprias regras.Não há tendência na evolução biológica: a enorme variedade de várias morfologias observadas na Terra torna improvável qualquer especulação exobiológica, pelo menos para a vida ‘complexa’ macroscópica”, explica Roland Lehoucq, astrofísico que trabalha no Commissariat l’Energie Atomique (CEA), na mesma matéria. Cético de que os humanos teriam muito em comum com as formas de vida extraterrestres, Lehocq discutiu no workshop sobre o persistente antropocentrismo em nossa compreensão e descrição da vida alienígena “e quão difícil é para os humanos imaginar a inteligência extraterrestre radicalmente diferente de nós mesmos”.
“A cada dois anos, o
METI Internacional (METI é uma sigla em inglês que significa mensagens de
inteligência extraterrestre) organiza um workshop de um dia em Paris como parte
de uma série de workshops intitulada ‘O que é a vida? Uma perspectiva
extraterrestre’. Esse enigma do porquê de não termos detectado vida extraterrestre
tem sido discutido com frequência, mas no foco único deste workshop, muitas das
palestras trataram de uma explicação controversa sugerida pela primeira vez na
década de 1970 chamada ‘hipótese do zoológico’”, explica Florence Raulin
Cerceau, co-presidente do workshop e membro do Conselho de Diretores do METI,
em entrevista ao portal da revista Forbes.
É isso mesmo. Há uma
hipótese que afirma que podemos estar em uma espécie de “zoológico espacial”. A
base da ideia é que há civilizações alienígenas lá fora que sabem tudo sobre
nós, mas intencionalmente se escondem de nós (qualquer coincidência com a
música Spaceman, de David Bowie, talvez não seja mera coincidência). Isso
explicaria o “Grande Silêncio”, termo usado por Enrico Fermi para definir a
falta de comunicação com civilizações extraterrestres inteligentes.
“Talvez os
extraterrestres estejam observando os humanos na Terra, assim como observamos
os animais em um zoológico”, explica Douglas Vakoch, presidente do METI. “Como
podemos fazer com que os funcionários do zoológico galáctico se revelem?” Em
uma oficina, Vakoch propôs que os humanos deveriam ser mais ativos na busca por
inteligência extraterrestre. “Se fossemos a um zoológico e de repente uma zebra
se voltasse para nós, nos olhasse nos olhos e começasse a fazer uma série de
números primos com seus cascos, isso estabeleceria uma relação radicalmente
diferente entre nós e a zebra, e nós nos sentiríamos compelidos a responder.
Podemos fazer o mesmo com extraterrestres, transmitindo sinais de rádio poderosos,
intencionais e ricos em informações para estrelas próximas”, compara.
Mas por que
eles fariam isso? Por que nos observariam das sombras, sem manter nenhum
contato? Talvez para aumentar seu conhecimento sobre a nossa espécie ou sobre a
Terra. Alguns pesquisadores defendem, porém, que isso seria um ato de
benevolência. “Parece provável que os extraterrestres estejam impondo uma
‘quarentena galáctica’ a nós porque eles percebem que seria culturalmente
perturbador para nós sabermos sobre eles”, aponta Jean-Pierre Rospars, diretor
honorário de pesquisa do Instituto Nacional da Pesquisa Agronômica e outro dos
responsáveis pelo workshop.
“A evolução
cognitiva na Terra mostra características aleatórias enquanto também segue
caminhos previsíveis. Podemos esperar o surgimento repetido e independente de
espécies inteligentes no universo, e devemos esperar ver formas de inteligência
mais ou menos semelhantes em toda parte, sob condições favoráveis. Não há razão
para pensar que os humanos alcançaram o mais alto nível cognitivo possível.
Níveis mais altos podem evoluir na Terra no futuro e já podem ser alcançados em
outros lugares”, complementa.
“Estamos muito
interessados na abordagem científica usada na análise do Paradoxo de Fermi e
na busca de vida inteligente no universo. A questão ‘estamos sozinhos?’ afeta a
todos nós, porque está diretamente relacionada à humanidade e ao nosso lugar no
cosmos”, acrescentam Cyril Birnbaum e Brigitte David da Cité des Sciences et de
l’Industrie (Cité), onde a reunião teve lugar.
O físico italiano
Enrico Fermi é famoso por ter perguntado “onde está todo mundo?” em 1950, no
que se tornou o que conhecemos como Paradoxo de Fermi. Ele aborda essa
contradição na astronomia: se a vida extraterrestre e mesmo civilizações
alienígenas inteligentes não são apenas possíveis, mas altamente prováveis,
então por que nenhuma delas esteve em contato conosco? Existem explicações
biológicas ou sociológicas para este grande silêncio? A hipótese do zoológico,
por mais depreciativa que seja para a raça humana, pode ser uma resposta.
Apesar dos avanços que a
astronomia teve nos últimos séculos, nossas tentativas de nos comunicar com
civilizações alienígenas são, vistas de um ponto de vista universal,
primitivas. Por enquanto, a radioastronomia é a única forma prática de humanos
enviarem mensagens para o cosmos. Segundo alguns cientistas, porém, apenas a
colonização completa de outras estrelas pode provar a existência de vida
inteligente em outros lugares do cosmos.
Isso tudo, é claro, são só
hipóteses. Também é possível que não tenhamos ouvido falar de alienígenas por
vários outros motivos, seja porque eles
estão presos em enormes mundos “superterrestres” pela atração intensa da
gravidade, ou mortos porque suas civilizações avançadas já se destruíram – como
pode acontecer com a humanidade – através do consumo desenfreado dos recursos
naturais do planeta. Só saberemos a verdade quando – e se – um dia os encontrarmos,
ou eles nos encontrarem. [Live Science, Forbes]
Fonte: HypeScience / Live Science / Forbes
Obrigado pela sua visita e volte sempre!
HélioR.M.Cabral (Economista,
Escritor e Pesquisador Independente na Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e
Climatologia).
Membro da Society for
Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA
(National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).
Participa do projeto S`Cool Ground Observation
(Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant
Energy System) administrado pela NASA.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA
Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and
Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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