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Foto / ESA/NASA/Hubble Space Telescope
Um dos inevitáveis destinos de grandes estrelas que esgotam sua energia, supernovas podem não ser todas iguais, revela novo estudo.
Muitas vezes pensamos em explosões de supernovas como inevitáveis para grandes estrelas sem combustível. O processo parece lógico e linear: a gravidade colapsa o núcleo da estrela que explode em seguida. Mas será que é sempre da mesma forma?
Em artigo publicado na Science Alert e na Universe Today explica-se que há muito tempo que os astrônomos pensam que pelo menos um tipo de grande estrela não terminou com uma supernova convencional. Acreditava-se que as estrelas Wolf-Rayet (as mais massivas conhecidas) terminavam suas vidas com um colapso silencioso de seu núcleo, tornando-se buracos negros. Mas uma nova descoberta revelou que elas podem afinal se tornar supernovas.
As estrelas Wolf-Rayet, quando no fim de suas curtas vidas, em vez de simplesmente ficarem sem combustível e explodirem, empurram suas camadas externas com um vento estelar extremamente poderoso.
Isso produz uma nebulosa circundante rica em hélio ionizado, carbono e nitrogênio, mas quase nenhum hidrogênio. A temperatura da superfície da estrela restante pode ser superior a 200.000 K, tornando-as as estrelas mais luminosas conhecidas.
Mas como a maior parte dessa luz está na faixa ultravioleta, elas acabam não sendo particularmente brilhantes a olho nu.
Mesmo com as camadas externas de uma estrela Wolf-Rayet descartadas, a estrela central ainda é muito mais massiva que o Sol. A ideia era que elas lançariam camadas externas suficientes para que o núcleo restante acabasse colapsando diretamente em um buraco negro, tendo assim uma suposta morte silenciosa.
À medida que a descoberta de supernovas tornou-se comum, alguns astrônomos começaram a se perguntar se as estrelas Wolf-Rayet tiveram mesmo uma morte silenciosa.
De acordo com o estudo, pelo menos algumas estrelas deste tipo se tornam supernovas. A equipe analisou o espectro de uma supernova conhecida como SN 2019hgp, que foi descoberta pela Instalação Transitória de Zwicky (ZTF, na sigla em inglês).
Seu espectro tinha emissão de luz brilhante indicando a presença de carbono, oxigênio e neon, mas não hidrogênio ou hélio. Quando a equipe analisou os dados mais de perto, descobriu que essas linhas de emissão específicas não eram causadas diretamente por elementos da supernova.
Em vez disso, elas faziam parte de uma nebulosa se expandindo para longe da estrela a mais de 1.500 km/s.
Em outras palavras, antes que a supernova pudesse ocorrer, a estrela progenitora estava cercada por uma nebulosa rica em carbono, nitrogênio e néon, sem os elementos mais leves como hidrogênio e hélio. A expansão da nebulosa deve ter sido impulsionada por fortes ventos estelares.
A imagem desta supernova, identificada pelos espectros da nebulosa circundante, ainda não deixa claro se a explosão foi uma supernova simples ou um processo híbrido mais complexo, no qual a camada superior da estrela tenha explodido enquanto o núcleo colapsava diretamente em um buraco negro. Para determinar os detalhes serão necessárias mais observações.
O que o estudo deixa evidente, no entanto, é que pelo menos algumas estrelas Wolf-Rayet não passaram a integrar a escuridão do Universo de forma silenciosa.
https://br.sputniknews.com/20220120/astronomos-identificam-novo-tipo-de-supernova-que-nunca-soubemos-existir-foto-21098643.html
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Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Acompanha e divulga os
conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration),
ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas e tecnológicas.
Participa
do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao
Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela
NASA. A
partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB),
como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA
Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric
Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
Page: http://pesqciencias.blogspot.com.br
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