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O instrumento NIRPS (Near InfraRed Planet Searcher), montado no telescópio de 3,6 metros do ESO no Observatório de La Silla, no Chile, executou com sucesso as suas primeiras observações. A sua missão é procurar novos exoplanetas em torno das estrelas mais frias da Via Láctea.
“O NIRPS levou muito tempo para ser desenvolvido e construído, mas estou muito satisfeito com o resultado!” disse René Doyon, Diretor do Instituto de Pesquisa de Exoplanetas da Universidade de Montreal e co-pesquisador principal do NIRPS. “Este extraordinário instrumento infravermelho vai nos ajudar a descobrir os mundos habitáveis mais próximos no nosso próprio Sistema Solar”.
O instrumento focará as suas buscas em mundos rochosos, que são alvos-chave para se entender como os planetas se formam e evoluem, e são os planetas mais prováveis onde a vida pode se desenvolver. O NIRPS irá procurar exoplanetas rochosos em torno de pequenas estrelas anãs vermelhas — o tipo mais comum de estrelas na nossa Via Láctea, com massas entre duas e dez vezes menores que o Sol.
Este instrumento utilizará o método das velocidades radiais. Quando um planeta orbita uma estrela, a sua atração gravitacional provoca uma leve "oscilação" na estrela, o que faz com que a radiação emitida se desvie um pouco para o vermelho ou para o azul à medida que se afasta ou se aproxima da Terra. Ao medir estas minúsculas variações na luz emitida pela estrela, o NIRPS ajudará os astrônomos a obter medições da massa, para além de outras propriedades, do planeta em questão.
O NIRPS irá procurar estas oscilações espectrais no infravermelho próximo, que é o domínio principal de comprimentos de onda onde estas estrelas pequenas frias emitem radiação. O instrumento junta-se assim ao HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Searcher) na procura de novos mundos rochosos. O HARPS, que foi instalado em 2003 no telescópio de 3,6 metros do ESO no Observatório de La Silla no Chile, também usa o método das velocidades radiais, mas opera nos comprimentos de onda do visível. O uso simultâneo de ambos os instrumentos irá nos fornecer uma análise mais completa destes mundos rochosos.
“O NIRPS complementa perfeitamente o HARPS ao nos fornecer uma cobertura no infravermelho próximo”, explica Céline Peroux, Cientista de Projeto do NIRPS no ESO, “o que é ideal para observar exoplanetas do tipo da Terra em torno de estrelas vermelhas”.
Outra diferença importante entre os dois instrumentos é que o NIRPS irá utilizar um poderoso sistema de óptica adaptativa. A óptica adaptativa é uma técnica usada para corrigir os efeitos da turbulência atmosférica, que fazem com que as estrelas cintilem no céu. Deste modo, o NIRPS irá mais que duplicar a sua eficiência tanto na procura como no estudo de exoplanetas.
“O NIRPS se junta a um número muito pequeno de espectrógrafos infravermelhos de alto desempenho e espera-se que tenha um papel fundamental nas observações em sinergia com missões espaciais, tais como o Telescópio Espacial James Webb, e observatórios terrestres”, acrescenta François Bouchy, da Universidade de Genève, Suíca, e co-Pesquisador Principal do NIRPS.
As descobertas feitas com o NIRPS e o HARPS serão depois seguidas por alguns dos mais poderosos observatórios do mundo, tais como o Very Large Telescope do ESO e o futuro Extremely Large Telescope (para o qual instrumentos similares estão a ser desenvolvidos). Ao trabalhar em conjunto tanto com observatórios espaciais como terrestres, o NIRPS conseguirá reunir pistas sobre a composição de exoplanetas e até procurar sinais de vida nas suas atmosferas.
O NIRPS foi construído por uma colaboração internacional liderada pelo Instituto de Pesquisa de Exoplanetas da Universidade de Montreal no Canadá e pelo Observatoire Astronomique de l’Université de Genève na Suíça.
Os institutos envolvidos no consórcio NIRPS são: Université de Montréal, Canadá; Université de Genève, Observatoire Astronomique, Suíça; Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, Universidade do Porto & Universidade de Lisboa, Portugal; Instituto de Astrofísica de Canarias, Espanha; Université de Grenoble, França; e Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.
François Bouchy
Observatoire Astronomique de l’Université de Genève
Tel: +41 22 37 92 460
Email: francois.bouchy@unige.ch
René Doyon
Institute for Research on Exoplanets — Université de Montréal
Tel: +1 514 343 6111 x3204
Email: rene.doyon@umontreal.ca
Celine Peroux
ESO Project Scientist for NIRPS
Tel: +49 89 3200 6346
Email: cperoux@eso.org
Norbert Hubin
ESO Project Manager & Engineer for NIRPS
Tel: +49 89 3200 6517
Email: nhubin@eso.org
Bárbara Ferreira
ESO Media Manager
Garching bei München, Alemanha
Tel: +49 89 3200 6670
Email: press@eso.org
Fonte: Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês)
https://www.eso.org/public/brazil/announcements/ann22009/
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Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso (EAD) de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Acompanha e divulga os conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration), ESA (European Space Agency) e outras organizações científicas e tecnológicas.
Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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