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sábado, 2 de maio de 2020

O que havia antes do Big Bang?

Caros Leitores;








Fonte: USTC/Reprodução


“No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. E Deus disse: Faça-se a luz! E a luz foi feita.” Esse trecho bíblico do Livro de Gênesis instiga muita gente a perguntar o que existia antes de Deus criar a luz e, na sequência, os dias e as noites, o céu e a terra, os animais e vegetais e, por fim, o homem. O que havia antes?

Se formos hereges o bastante para fazer um paralelo entre Deus e o Universo, a resposta (ao menos, uma parte dela e mais científica) pode estar no artigo dos físicos Robert Brandenberger e Ziwei Wang, ambos da Universidade McGill, no Canadá, publicado em janeiro no repositório de artigos arXiv.

Vídeo: https://youtu.be/HdPzOWlLrbE

A teoria do Big Bang é tão popular que dá nome até a uma série de TV. Segundo ela, o Universo inteiro estava condensado em uma singularidade do tamanho de uma bola de tênis, há 13,8 milhões de anos e a quatrilhões de graus. Em minutos, a bola explodiu, formando matéria e antimatéria, dia e noite, a humanidade, as estrelas e o cosmos como o conhecemos.
Evidências, só do nascimento
“Os astrônomos fizeram de tudo, desde observar a radiação eletromagnética restante do jovem Universo até medir a abundância dos elementos mais leves, e descobriram que tudo se alinha com o que o Big Bang prevê. Tanto quanto podemos dizer, esse é um retrato preciso do nosso Universo primitivo”, diz o astrofísico Paul Sutter em um artigo para o site Space.

Esse teria sido o nascimento do Universo. Quanto à morte, os cientistas divergem. Entre as teorias, a do Big Crunch (ou o Grande Colapso) diz que o Universo começaria a encolher por conta da atração gravitacional entre seus corpos, concentrando toda a energia de 10 trilhões de bilhões de estrelas e colapsando em um único ponto – uma bola de tênis densa e quente, pronta para explodir. Isso lembra alguma coisa?

Big Bang e Big Crunch, unidas, formam uma terceira teoria, a do Big Bounce, ou o Grande Salto. Com a explosão (de novo) do Universo, o ciclo se repetiria, e a matéria escura seguiria em seu papel de espalhar energia e matéria pelo Universo para que, aqui e talvez ali, a vida surgisse. É a teoria de um ciclo cósmico, que foi deixada de lado por falta de evidências ou novas ideias – até o artigo de Brandenberger e Wang.










O Big Bounce seria o recomeço cíclico do nosso Universo.


Se a física e a cosmologia conseguiram retroceder até quando o Universo tinha 380 mil anos de idade, falta saber o que havia entre esse momento e marco zero – os primeiros momentos do cosmos. Não existe (ainda) uma física que os explique. O trabalho dos dois pesquisadores mostra que a teoria do Big Bounce não está errada – os cientistas é que ainda não têm as ferramentas certas para estruturá-la corretamente.

“Robert Brandenberger e Ziwei Wang descobriram que, para explicar o momento do Grande Salto, é possível alinhar tudo para obter o resultado apropriado e observacionalmente testado. Mas, para testar esse modelo, teremos que esperar uma nova geração de experimentos de cosmologia,” diz Paul Sutter em seu artigo.

Fonte: TecMundo / Julia Marinho / 02-05-2020

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HélioR.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).

Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.

Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).

Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA.A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.

Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.


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