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Durante observações recentes com o radiotelescópio australiano ASKAP, astrofísicos observaram curiosas estruturas de rádio no espaço. Algumas dessas estruturas circulares contêm galáxias e outras não.
O ASKAP consiste em 36 antenas parabólicas idênticas, cada uma de 12 metros de diâmetro, que trabalham juntas como um único instrumento, possuindo uma área total de coleta de aproximadamente quatro mil metros quadrados, estando em serviço desde 2018.
Malgrado a poderosa capacidade do ASKAP, os pesquisadores ainda não determinaram a natureza e o processo de formação desses círculos de ondas de rádio.
Ray Norris, da Universidade de Western Sydney (Austrália), e seus colegas detectaram estas misteriosas ondas de rádio no espaço sem, contudo, chegarem a nenhuma ideia sobre sua formação, tamanho ou distância, informou em 7 de julho o portal científico Trust My Science.
— Trust My Science (@TrustMyScience) July 7, 2020
— Trust My Science (@TrustMyScience) July 7, 2020
Os cientistas desconhecem por enquanto o tamanho ou a distância a que estão, porque a equipe não conseguiu associá-los a objetos cuja distância é conhecida. Dois aparecem próximos um do outro no céu, mas a distância física entre eles não foi determinada.
Os círculos não parecem corresponder a nada antes visto no espaço, então os pesquisadores os apelidaram de Odd Radio Circles (ORC, na sigla em inglês).
A descoberta aconteceu durante uma pesquisa associada a um projeto para identificar todas as fontes de rádio no céu.
Os pesquisadores descobriram um total de quatro círculos: três usando o ASKAP e o quarto pesquisando dados de arquivo de um outro telescópio.
Os astrônomos nunca viram nada parecido... Eles ainda não conhecem nem a natureza, nem o processo de formação desses círculos de rádio
A equipe crê que as pesquisas anteriores não tinham observado estes círculos porque os telescópios usados não eram capazes de detectar ondas de rádio tão fracas.
Astrônomos sabem muito pouco sobre os ORC no momento. Eles são simétricos e suas bordas são mais brilhantes que seu interior. Dois deles têm uma galáxia no meio, ao contrário dos dois restantes, que não têm nenhuma.
Não está claro se os quatro objetos têm origem semelhante e até agora os pesquisadores não têm nenhuma explicação sobre o que são, embora tenham sido capazes de confirmar que os objetos existem e não são simples efeitos do telescópio ASKAP.
Norris e sua equipe de 28 astrônomos confirmaram as observações recorrendo a outros telescópios, conforme relatam em seu estudo publicado pela Universidade de Cornell (EUA).
A equipe diz que os ORC se assemelham mais a remanescentes de supernovas. Mas Mikako Matsuura da Universidade de Cardiff (Reino Unido) acha isso pouco provável.
"Sabemos quantas estrelas existem, com base em observações anteriores, então sabemos aproximadamente quantos restos de explosões estelares podem ser encontrados."
Para Matsuura, havendo apenas 350 vestígios de supernovas confirmadas na galáxia, a probabilidade de se encontrar três deles na pesquisa do ASKAP é de 0,02%.
A equipe opina que eles podem representar a onda de choque esférica de um evento transitório extragaláctico, ou a saída, ou um remanescente, de uma galáxia de rádio vista de ponta a ponta, adiantando ser necessário pesquisar muito mais.
Fonte: Sputnik News / 09-07-2020
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HélioR.M.Cabral (Economista,
Escritor e Divulgador de conteúdos da
Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Membro da Society for Science
and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics
and Space Administration) e ESA (European Space Agency).
Participa
do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao
Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela
NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica
Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA
Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação World wide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric
Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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