Caros Leitores;
A missão espacial chinesa lançou a Chang’e 4 no dia 8 de dezembro de 2018. Essa foi a primeira sonda a pousar no lado mais distante da Lua, ou lado escuro. Devido à sincronicidade de rotação entre a Terra e seu satélite natural, há um lado dele que nunca vemos. Portanto, mesmo que receba esse nome, o lado escuro da lua recebe a mesma quantidade de luz do lado que costumamos enxergar.
A Chang’e 4 pousou no lado mais distante da Lua, no dia 3 de janeiro deste ano, na cratera Von Kármán, de 186 quilômetros. O objetivo é compreender melhor a estrutura e evolução lunar. A rover espacial levada para explorar o satélite natural é chamada Yutu-2.
A descoberta
O achado mais recente ocorreu durante o oitavo dia lunar (25 de julho), durante o qual a missão descobriu uma substância de coloração incomum e aparência de gel. Isso vez com que os cientistas adiassem outros planos, para investirem tempo na investigação de tal substância.
A descoberta aconteceu em uma área coberta por diversas crateras provocadas por pequenos impactos na superfície lunar. A informação foi divulgada no dia 17 de agosto em publicação de língua chinesa. Chamada Our Space, ela é sancionada pelo governo daquele país, com foco em informações sobre ciência e espaço. Até o final do oitavo dia lunar, a Yutu-2 havia percorrido um total de 271 metros.
Investigação da substância
A substância foi identificada no dia 28 de julho, por um dos integrantes da equipe da Chang’e 4, enquanto analisava as imagens registradas. A partir disso, os cientistas dedicados ao estudo da Lua foram chamados. Assim, os planos foram alterados para investigar a descoberta.
Aproximação da Yutu-2 para analisar a substância. Fonte: Projeto de exploração lunar da China
Ao se aproximar da cratera a Yutu-2 utilizou o Visível e Infravermelho Próximo (VNIR na sigla em inglês), que detecta a luz dispersada ou refletida por materiais para revelar sua composição. Os cientistas envolvidos na missão ainda não revelaram mais informações sobre a substância. No entanto pesquisadores não integrantes sugerem que possa ser vidro derretido criado pelo impacto de meteoritos com a superfície lunar.
Essa não é a primeira descoberta surpreendente na Lua. Durante a missão de 1972, da Apollo 17, Harrison Schmitt descobriu solo de cor laranja próximo ao local de pouso da Taurus-Littrow. Os geologistas lunares acabaram concluindo que aquilo havia sido criado durante uma erupção vulcânica há 3,64 bilhões de anos. [Space]
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Hélio R.M. Cabral
(Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da
Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).
Membro da Society for
Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA
(National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).
Participa
do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao
Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela
NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica
Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA
Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric
Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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