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segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Tratado de proteção marinha antártico oferece lições para a conservação global

Caros Leitores;










Estrelas do mar se amontoam sob o gelo antártico. Crédito: John B. Weller


Um acordo multinacional de referência que protege o mar de Ross, na Antártica, oferece lições valiosas para pactos globais semelhantes de conservação no futuro, de acordo com uma nova análise, em co-autoria de um pesquisador da CU Boulder.

A Área de Proteção Marinha da região do Mar de Ross, que foi adotada pela  em outubro de 2016 após mais de cinco anos de negociações, preserva a biodiversidade vital no Oceano Antártico e foi elogiada por ser a maior área marinha protegida do mundo.
O acordo conquistado com dificuldade entre 24 países membros e a União Europeia, que inclui a Comissão para a Conservação dos Recursos Marinhos Antárticos, que administra o Oceano Antártico, não ficou isento de desafios, diz Cassandra Brooks, da CU Boulder, mas mostra que a conservação dos bens comuns globais possível.
"O Mar de Ross é um dos ecossistemas marinhos mais saudáveis ​​e ricos da Terra", disse Brooks, professor assistente do Departamento de Estudos Ambientais. "Sua proteção é uma vitória ambiental e um presente para a humanidade, mas alcançar a proteção do Mar de Ross também foi uma vitória diplomática que demonstrou que, apesar das tensões políticas, os governos podem se unir para conservar os bens comuns globais".
Ameaças emergentes
O Mar de Ross e as águas vizinhas da Antártica foram historicamente protegidos do esgotamento de recursos alimentados por humanos devido à sua localização remota e ao clima ameaçador. No entanto, a região tem sido atormentada nas últimas décadas por uma crescente pesca comercial de peixe-dente antártico (vendido como o lucrativo robalo chileno) e pelas mudanças climáticas, que ameaçam coletivamente danificar todo o ecossistema marinho.
Em todo o mundo, as áreas marinhas protegidas têm se mostrado uma ferramenta eficaz para conservar a biodiversidade, inclusive diante das mudanças ambientais. No entanto, a adoção dessas áreas protegidas em  se mostrou imensamente desafiadora.
As tensões sobre as áreas protegidas nas águas antárticas, que demandam inerentemente compensações no uso de recursos, criaram um problema de ação coletiva em meio à sobreposição de interesses geopolíticos e econômicos na Comissão Gestora. Mais de 12 países pescam ativamente no mar de Ross, enquanto outros observam ativamente seus ricos recursos.
Além disso, sete países (Argentina, Austrália, Chile, França, Nova Zelândia, Noruega e Reino Unido) suspenderam reivindicações de soberania na Antártica e duas nações adicionais (Rússia e Estados Unidos) se reservam o direito de reivindicar todo o continente. Na Antártica, os países devem tomar decisões, inclusive designando áreas protegidas, com base em consenso unânime.





Vista por satélite do Mar de Ross, que se estende da Plataforma de Gelo Ross da Antártica. Crédito: NASA

E, diz Brooks, o desafio da tomada de decisões por consenso é que qualquer parte pode impedir que uma medida avance, com qualquer nação capaz de atrapalhar unilateralmente uma negociação.
"Nesses espaços internacionais, estamos trabalhando com diversos estados com interesses concorrentes. É preciso haver incentivos para cooperar, mas esses incentivos nem sempre estão alinhados", afirmou Brooks.
Espaço para a esperança
Ao revisar o período de negociação de cinco anos de 2012 a 16, Brooks observa todas as maneiras pelas quais as negociações poderiam falhar em vários cruzamentos: disputas e suspeitas sobre limites históricos de soberania, posições entrincheiradas e tensões geopolíticas em curso, principalmente entre os EUA, Rússia e China.
"No final das contas, o sucesso do acordo do Mar de Ross dependia da descoberta de alavancas de influência com diversos países. A acomodação dos interesses de pesca era fundamental, mas a diplomacia de alto nível e as oportunidades de liderança potencialmente provavam os fatores mais influentes", disse Brooks.
Conseguir um acordo de conservação entre outras organizações de gestão como as Nações Unidas pode ser muito mais difícil. A ONU está atualmente negociando um novo tratado para gerenciar a biodiversidade em águas internacionais e alguns países estão buscando orientação na Antártida. Mas alcançar um acordo entre os 193 países que compõem as Nações Unidas será um desafio maior.
"A liderança continuará sendo fundamental, assim como encontrar trocas entre incentivos e valores, ciência sólida e coordenação entre governos", disse Brooks.
Mesmo no caso do mar de Ross, seu valor de conservação ainda não foi visto. O acordo final era uma área protegida que estava 70% fora dos limites da pesca, mas ainda permitia a pesca, inclusive em algumas áreas críticas para a vida selvagem. Além disso, a área protegida deve expirar em 35 anos - menor que a história de vida de alguns dos animais que a área protegida se propôs a preservar.
"Apesar desses compromissos, a adoção do MPA da região do Mar de Ross demonstra que a Antártica continua sendo um bem comum global excepcional, dedicado à paz, à ciência e à conservação", afirmou Brooks. "Ele fornece esperança de que possamos nos unir como comunidade global e lugares seguros como o Mar de Ross, para o bem das gerações futuras".
O novo trabalho de pesquisa foi publicado recentemente na revista Conservation Letters .

Mais informações: Cassandra M. Brooks et al. Chegar a um consenso para conservar os bens comuns globais: O caso do Mar de Ross, Antártica, Cartas de Conservação (2019). DOI: 10.1111 / conl.12676
Fonte: Physic.Org / por Trent Knoss, 
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Hélio R.M. Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).

Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).

Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.

Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.




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