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domingo, 5 de janeiro de 2020

A década de 2020 terá como destaque a exploração de Marte

Caros Leitores;

Nesta última década, a ciência conquistou grandes avanços em estudos sobre Marte, muito disso graças à missão do rover Curiosity, da NASA. E esta próxima década pode ser ainda mais emocionante, com a possível descoberta de vida marciana e o pouso dos primeiros astronautas no Planeta Vermelho.

Nas pesquisas, cientistas fizeram muitas descobertas sobre a história e a evolução de Marte, incluindo o fato de que, há muito tempo, pelo menos algumas partes do planeta já foram capazes de sustentar a vida por longos períodos. O próximo passo é descobrir se, de fato, já existiu alguma forma de vida por lá. Para isso, a NASA lançará em julho deste ano o rover Mars 2020 e a ESA lançará como parte da missão ExoMars o rover Rosalind Franklin, em parceria com a Rússia.

Além disso, se os planos da SpaceX derem certo, a espaçonave Starship poderá levar humanos para pisar no Planeta Vermelho já nos próximos 10 anos — ainda que esse cronograma seja visto com desconfiança por muitos, já que a própria NASA não deverá fazer o mesmo antes de 2030.


Em busca de sinais de vida











Imagem: NASA)

A exploração de Marte começou nos anos 1970 com o pouso das sondas Viking 1 e Viking 2, da NASA. Cada uma realizou quatro experimentos biológicos, mas os resultados foram, no mínimo, ambíguos. As missões Viking "nos mostraram que a vida é muito difícil de encontrar", disse o cientista do Curiosity, Ashwin Vasavada. Era preciso repensar a estratégia.

Assim, a NASA criou um programa estratégico de exploração projetado para determinar melhor as características de Marte, e lançou uma série de missões. Este trabalho aumentou na década de 2010, com o rover Curiosity que seguiu os passos dos veículos Spirit e Opportunity, além da sonda estacionaria InSight e das sondas orbitais Mars Odyssey, Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) e o Mars Atmosphere and Volatile Evolution (MAVEN). E, além da NASA, a Índia lançou a Mars Orbiter Mission (MOM), em 2013, com a Europa lançando a Trace Gas Orbiter (TGO) em 2016.

Todo esse trabalho levou a comunidade científica a uma melhor compreensão sobre o planeta, e preparou o caminho para as missões Mars 2020 e ExoMars. Uma das descobertas mais valiosas foi feita com a ajuda da MAVEN, por sinal: Marte provavelmente perdeu a maior parte de sua atmosfera cerca de 3,7 bilhões de anos atrás. "Acho que as evidências são convincentes de que Marte cumpriu, no passado, todos os requisitos para a ocorrência da vida ou sua origem", disse Bruce Jakosky, pesquisador principal da MAVEN.

Por isso há grandes expectativas para o início da próxima década, com as missões Mars 2020 e ExoMars. Os novos rovers usarão instrumentos científicos ainda mais modernos para procurar por sinais químicos da antiga vida que, talvez, existiu em Marte.


O rover Rosalind Franklin, da missão marciana conjunta entre Europa e Rússia, está programado para pousar em solo marciano em março de 2021, provavelmente na região Oxia Planum, uma planície no hemisfério norte que apresenta muitas evidências de antiga atividade aquática. É lá que o veículo, movido a energia solar, usará suas câmeras e instrumentos científicos para procurar por bioassinaturas. O rover está equipado com uma broca que pode perfurar 2 metros abaixo da superfície do Planeta Vermelho para buscar por esses vestígios.












Rover Rosalind Frankin, da missão ExoMars, da ESA em parceria com a Roscosmos, da Rússia

Por sua vez, o rover Mars 2020 (que em breve receberá um apelido por meio de um concurso), fará um trabalho semelhante em outra região, a Cratera Jezero, que tem 45 km de largura. Os cientistas acreditam que Jezero era o lar de um lago e o delta de um antigo rio. Por isso este é um bom lugar para procurar por vestígios de vida, já que os deltas de rios aqui na Terra são bons em preservar bioassinaturas.

Embora as abordagens sejam parecidas, o Mars 2020 não será capaz de perfurar tão profundamente quanto o Rosalind Franklin. Mas o rover da NASA não vai se limitar a perfurar e analisar os materiais coletados, pois ele trará várias amostras de volta à Terra, onde cientistas poderão analisá-las em detalhes nos melhores laboratórios do mundo.

Por fim, há outros países atrás de mais informações sobre Marte. A China, por exemplo, pretende lançar um veículo espacial ao Planeta Vermelho em julho deste ano, no mesmo período que a NASA e a ESA lançarão suas missões. É que nessa data a Terra e Marte se alinham adequadamente para enviar espaçonaves, uma janela que acontece apenas uma vez a cada 26 meses.

Os Emirados Árabes Unidos também planejam uma missão no Planeta Vermelho, com o orbitador chamado Hope Mars. Ainda, Japão está trabalhando para enviar uma sonda para lá em 2022, e a Índia planeja lançar um módulo de pouso, um veículo exploratório e um orbitador também.


Missões tripuladas











Cientistas da missão Mars 2020 da NASA e da Agência Espacial Européia - RoscosmosExoMars estão no interior australiano para aprimorar técnicas de pesquisa antes de suas missões serem lançadas no planeta vermelho no verão de 2020. Eles esperam entender melhor como procurar sinais de vida antiga em Marte. A região de Pilbara, no noroeste da Austrália, abriga "estromatólitos", as formas de vida fossilizadas confirmadas mais antigas da Terra. Crédito: Jet PropulsionLaboratory

A equipe Mars 2020 espera explorar o chão e o delta da cratera durante a missão principal de dois anos do veículo espacial. Horgan disse que a equipe espera alcançar a borda da cratera e seus carbonatos perto do final desse período.
"A possibilidade de os 'carbonatos marginais' formados no ambiente do lago serem uma das características mais emocionantes que nos levaram ao nosso local de pouso em Jezero. A química dos carbonatos em uma antiga margem do lago é uma receita fantástica para preservar registros da vida e do clima antigos". disse Ken Williford, cientista adjunto do projeto Mars 2020, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia. O JPL lidera a missão 2020. "Estamos ansiosos para chegar à superfície e descobrir como esses carbonatos se formaram".
A antiga margem do lago de Jezero não é o único lugar que os cientistas estão animados para visitar. Um novo estudo na GeophysicalResearchLetters aponta para um rico depósito de sílica hidratada na beira do antigo delta do rio. Como os carbonatos, esse mineral é excelente em preservar os sinais da vida antiga. Se esse local for à camada inferior do delta, será um local especialmente bom para procurar fósseis microbianos enterrados.


Fonte: Space.com

Fonte: Canaltech / Por Daniele Cavalcante | 03 de Janeiro de 2020 

https://canaltech.com.br/espaco/a-decada-de-2020-tera-como-destaque-a-exploracao-de-marte-158642/     
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Hélio R.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).

Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).

Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA.A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.

Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.


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