Especialistas chineses alertaram contra os planos dos EUA de instalar uma usina nuclear na Lua até 2027. A Diretiva de Política Espacial-6 (SPD-6) afirma que deve haver um sistema de energia de fissão na superfície da Lua.
Na verdade, Pequim suspeita que os Estados Unidos venham a utilizar a Lua como parte de sua busca pela supremacia espacial, independentemente dos danos que isso possa causar. Por seu lado, os EUA afirmam que a construção de uma usina nuclear em solo lunar não só manteria sua presença no satélite, como também apoiaria a exploração de Marte, de acordo com o The Eurasian Times.
Song Zhongping, especialista chinês em questões militares, contou à agência Global Times que a Lua é rica em hélio-3, que, por sua vez, pode ser utilizado para produzir energia por fusão nuclear. Ao construir uma usina nuclear em um lugar onde é possível a exploração de materiais nucleares, os EUA poderiam tornar a Lua em um local para produção de armas nucleares, alegou o especialista.
A assinatura da diretiva SPD-6 pelo presidente ainda em exercício, Donald Trump, surge quando a missão espacial chinesa Chang’e-5 retornou com sucesso à Terra com amostras lunares.
Zhongping afirma que, ao adotar tal diretiva, os EUA mostraram sua intenção de entrar em uma corrida espacial com a China, tal como fizeram com a antiga União Soviética nos anos 1980 sob o programa Guerra das Estrelas de Ronald Reagan. Além disso, a política dos EUA de usar sistemas de energia e propulsão nuclear espacial (SNPP, na sigla em inglês), para manter e assegurar a sua liderança no espaço, demonstra o "unilateralismo americano", segundo Li Haigong, professor no Instituto de Relações Internacionais da China.
O professor alega que o plano dos EUA vai contra os acordos internacionais relacionados com o espaço. Tal como descrito no Tratado da Lua, adotado pela Assembleia das Nações Unidas em 1979, os corpos celestes e a Lua "não estão sujeitos à apropriação nacional por reivindicação de soberania, por meio de uso ou ocupação, ou por qualquer outro meio". Os EUA têm seguido as regras, mas nunca aderiram formalmente ao tratado.
No início deste ano, o presidente Trump havia proposto novas regras, totalmente em contradição com o tratado mencionado. O chamado Acordo Artemis vai permitir o uso de recursos lunares para lucro comercial.
O novo acordo também se concentra no estabelecimento de "zonas de segurança" em torno dos locais de pouso, o que poderia ser interpretado como a propriedade de fato de áreas da Lua, o que é proibido pelo Tratado do Espaço Exterior.
O Tratado do Espaço Exterior foi amplamente baseado na Declaração de Princípios Legais que Regem as Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Exterior, fornecendo um quadro básico para o direito espacial internacional.
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