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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Utilizando o Sol como lente gravitacional na exploração do espaço

 Caros Leitores;






Utilizar o Sol como lente gravitacional permitira captar detalhes nos exoplanetas próximos. (NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech).


Lentes gravitacionais são excelentes maneiras de se utilizar determinados objetos, como estrelas, buracos negros, aglomerados estelares, galáxias e aglomerados de galáxias como uma verdadeira lente de amplificação. Mas ao invés de utilizar algum objeto distante como lente gravitacional, por que não utilizar o próprio Sol para tal? A maior vantagem disso é ampliar objetos próximos, ao invés de ampliar somente objetos entre milhares e milhões de anos-luz de distância da Terra.

Uma dupla de físicos teóricos, então, fez a mesma pergunta. Eles descreveram sua ideia em um artigo publicado por ora somente como preprint, no arXiv. Além disso, o  estudo passa, no momento, por uma revisão para uma possível publicação no periódico Physical Review D. Os físicos são Viktor Toth, do Perimeter Institute for Theoretical Physics, no Canadá, e Slava G. Turyshev, físico no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA. 

Vale ressaltar, antes, que lentes gravitacionais não servem apenas para amplificar imagens. Na verdade, elas ajudam a mensurar quantidades de matéria escura em determinadas regiões do espaço, mensurar os tamanhos de galáxias e aglomerados de galáxias, entre outras leituras científicas importantes. 

O que é uma lente gravitacional?

Einstein publicou há mais de cem anos, em 1915, a Teoria da Relatividade Geral. A teoria revolucionou a compreensão do universo e da gravidade pela ciência. Os cientistas sabiam que a gravidade existe, e Newton até mesmo a descreveu em casos gerais (desconsiderando casos extremos, onde as equações de Newton não funcionam). 

Em resumo, Einstein mostrou que o que causava a gravidade era a distorção do espaço-tempo pelos objetos. Quando nos movimentamos, acompanhamos o espaço distorcido, e isso causa o efeito que chamamos de gravidade.  E essa é, portanto, a peça-chave para o efeito da lente gravitacional. 

A imagem abaixo demonstra o efeito:







(ESA/Hubble).

Como você pode observar, a luz percorre o espaço distorcido pelo objeto utilizado como lente gravitacional. Forma-se, no fundo, ainda um anel de Einstein, “efeito colateral” da distorção da luz. O ponto é: conseguimos amplificar as imagens com o efeito.

Mas há um grande desafio nas lentes gravitacionais. Há uma região focal específica – isto é, você precisa olhar a estrela, aglomerado de estrelas ou galáxia a uma determinada distância para ampliar as imagens à frente. Para objetos distantes, esse não é um problema muito grande. Mas para objetos mais pertos, precisaríamos nos afastar.

Mas Toth e Turyshev pensaram nisso. Eles calcularam que a região focal do Sol inicia-se em cerca de 550 unidades astronômicas (UA) do Sol. Uma unidade astronômica é a distância média entre o Sol e a Terra – cerca de 150 milhões de quilômetros. Portanto, esse ponto localiza-se a 82,5 bilhões de quilômetros do Sol. 

Desafios

Bom, essa não é uma distância inalcançável, mas é bem longe. As sondas mais distantes que o ser humano já enviou são as Voyagers, que viajam a mais de 40 anos. Mas elas localizam-se, ainda, a apenas 150 UA da Terra. Portanto, nesse ritmo elas levariam um total de quase 150 anos para chegar a esse local.

E há outros dois detalhes técnicos importantes. O primeiro, é que, conforme destaca a dupla em seu artigo, a lente gravitacional solar (SGL, na sigla em inglês) “possui astigmatismo”. Portanto, precisamos de um bom algoritmo para corrigir as distorções. Outra questão são as limitações impostas pelo brilho do Sol e sua coroa, já que nós nos localizamos a uma distância extremamente pequena do Sol. 

Vamos supor que em cenário otimista, nos próximos 50 anos os cientistas descubram como chegar a 550 unidades astronômicas em um tempo realista – digamos uma ou duas décadas de viagem com nanorobôs propulsionados por velas solares ou velas a laser. Nesse caso, quando a espaçonave com o telescópio chegar na região focal, a tecnologia não estará tão defasada quanto em uma viagem de um século e meio. 

Nesse cenário, poderíamos enxergar detalhes de exoplanetas próximos – como por exemplo, sinais de vegetação. Outras estrelas estão muito distantes da Terra, então demoraremos para desenvolver a tecnologia necessária para chegar lá (isso se conseguirmos). Portanto, utilizar o Sol para enxergar detalhes em outros planetas, na busca por vida, é uma saída bastante inteligente. 


Fonte: SoCientífica /      

https://socientifica.com.br/utilizando-o-sol-como-lente-gravitacional-na-exploracao-do-espaco/


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HélioR.M.Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso de Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.

Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).

Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´sRadiant Energy System) administrado pela NASA.A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.

Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.


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