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A NASA anunciou recentemente que o Spitzer será aposentado no dia 30 de janeiro de 2020, encerrando sua missão sem precedentes que, inicialmente, estava programada para durar apenas dois anos e meio. Quem continuará observando o céu em infravermelho será o telescópio espacial James Webb, que teve seu lançamento adiado algumas vezes e está previsto para ser lançado apenas em março de 2021. Ou seja: entre janeiro de 2020 e março de 2021, a NASA não terá como continuar fazendo observações do espaço em infravermelho, a não ser que consiga manter o Spitzer funcionando até que o James Webb tenha suas operações iniciadas. O James Webb, por sinal, é 50 vezes maior do que o Spitzer e suas observações de infravermelho serão ainda mais profundas.
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O telescópio espacial
Spitzer, da NASA, é um dos principais observatórios espaciais da agência (ao
lado de pesos-pesado como Hubble e Chandra), e é especial por sua capacidade de
"enxergar" a região do infravermelho no espectro eletromagnético.
Isso significa que, por estar acima da atmosfera da Terra, o telescópio é capaz
de investigar coisas como a atmosfera de exoplanetas em busca de sinais de
habitabilidade e de vida por lá. Contudo, sua missão será encerrada em 2020, e
o atraso no desenvolvimento do telescópio espacial James Webb causará um ano
inteiro sem observações de infravermelho.
Apesar de o Spitzer não ter sido criado para observar
exoplanetas — afinal, ele foi concebido na década de 1980 e, na época, ainda
não havíamos descoberto nenhum planeta fora do Sistema Solar —, ele ajudou a
inaugurar uma nova Era Dourada na astronomia e, mesmo hoje em dia com um
hardware envelhecido, o aparelho continua produzindo contribuições vitais para
a ciência. Ele ainda é o melhor telescópio que temos para investigar o espaço
com a espectroscopia de infravermelho, o que serve para observar coisas como
ondas gravitacionais e detectar estruturas espaciais que ficam escondidas atrás
de densas nuvens de gás e poeira.
Em 2016, por exemplo, o Spitzer observou uma estrela chamada
TRAPPIST-1 por nada menos do que 500 horas. Ao seu redor, o telescópio observou
em infravermelho quatro exoplanetas do tamanho da Terra, além dos outros três
anteriormente descobertos. Essa observação do Spitzer mostrou o quão longe ele
superou as expectativas desde seu lançamento, que aconteceu em 2003.
Arte do telescópio espacial Spitzer (Imagem: NASA).
A NASA anunciou recentemente que o Spitzer será aposentado no dia 30 de janeiro de 2020, encerrando sua missão sem precedentes que, inicialmente, estava programada para durar apenas dois anos e meio. Quem continuará observando o céu em infravermelho será o telescópio espacial James Webb, que teve seu lançamento adiado algumas vezes e está previsto para ser lançado apenas em março de 2021. Ou seja: entre janeiro de 2020 e março de 2021, a NASA não terá como continuar fazendo observações do espaço em infravermelho, a não ser que consiga manter o Spitzer funcionando até que o James Webb tenha suas operações iniciadas. O James Webb, por sinal, é 50 vezes maior do que o Spitzer e suas observações de infravermelho serão ainda mais profundas.
Contudo, é pouco
provável que o Spitzer tenha sua missão estendida até que o James Webb possa
substituí-lo. Entre os motivos para tal, temos o fato de que ele está
lentamente se afastando da Terra em sua órbita, o que faz com que o Spitzer
precise sintonizar em ângulos cada vez mais altos para conseguir enviar suas
transmissões para cá, o que prejudica sua captação de energia solar — antes,
ele era capaz de transmitir indefinidamente; hoje, é capaz de gerenciar energia
para apenas duas horas e meia por dia até que suas baterias sejam drenadas.
Além disso, "seu hardware está envelhecido e, em vez de chegarmos a um
ponto em que não conseguiremos recuperá-lo, queremos terminar a missão com
graça", conforme explicou Kartik Sheth, vice-responsável pelo programa na
NASA.
De qualquer maneira,
ainda que a vida útil do Spitzer esteja bastante próxima do fim, é fato que
seus últimos meses serão repletos de ciência. Para os técnicos da NASA, o maior
desafio neste momento é evitar qualquer anomalia que possa antecipar ainda mais
a "morte" do instrumento, mas, tudo correndo bem nos próximos sete
meses, o Spitzer ainda deverá coletar uma enorme quantidade de dados, dados
esses que levarão décadas para serem analisados a fundo — e isso pode amenizar
o impacto da lacuna de um ano até que o James Webb seja lançado.
Fonte:
Canaltech / Por Patrícia
Gnipper | 05 de Junho de 2019
Hélio R.M. Cabral
(Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da
Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).
Membro da Society for
Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA
(National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).
Participa
do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao
Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela
NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica
Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The Globe Program / NASA
Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric
Administration (NOAA) e U.S Department of State.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
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