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quinta-feira, 13 de junho de 2019

Novo estudo reduz dramaticamente a amplitude da busca por vida avançada no universo

Caros Leitores;
















Um novo estudo da Universidade da Califórnia em Riverside (EUA) descobriu que um acúmulo de gases tóxicos nas atmosferas da maioria dos planetas os torna impróprios para a vida complexa como a conhecemos.

Por conta disso, os cientistas podem ter que repensar suas estimativas de quantos planetas fora do nosso Sistema Solar poderiam abrigar uma diversidade de vida rica.

Zona habitável… para vida complexa

Tradicionalmente, grande parte da busca por vida extraterrestre tem se concentrado no que os cientistas chamam de “zona habitável”, definida como o intervalo de distância de um planeta de sua estrela para que a água líquida possa existir na sua superfície.

Essa “exigência” funciona para micróbios básicos unicelulares, mas não para criaturas complexas como animais, que incluem desde esponjas-do-mar até seres humanos.

Quando levamos em conta os níveis previstos de certos gases tóxicos, isso restringe a zona segura para a existência da vida complexa em pelo menos metade, e, em alguns casos, elimina-a completamente.

“Esta é a primeira vez que os limites fisiológicos da vida na Terra foram considerados para prever a distribuição da vida complexa em outras partes do Universo”, explicou Timothy Lyons, um dos autores do estudo e professor de biogeoquímica na Universidade da Califórnia.

Para entender o que isso significa, imagine uma “zona habitável para a vida complexa” definida como uma zona segura, onde seria plausível existir ecossistemas ricos, como encontramos hoje na Terra. “Nossos resultados indicam que ecossistemas complexos como o nosso não podem existir na maioria das regiões de zona habitável como tradicionalmente definidas”, declarou Lyons.

Gases tóxicos
Usando modelos computacionais para estudar o clima atmosférico e fotoquímico em uma variedade de planetas, a equipe primeiro considerou o dióxido de carbono. Muito desse gás no corpo pode ser fatal. Mas planetas muito distantes de sua estrela anfitriã exigem dióxido de carbono – um potente gás de efeito estufa – para manter a temperatura acima do ponto de congelamento.

“Para sustentar a água líquida na borda externa da zona habitável convencional, um planeta precisaria de dezenas de milhares de vezes mais dióxido de carbono do que a Terra hoje”, esclareceu Edward Schwieterman, principal autor do estudo e bolsista do Programa de Pós-Doutorado da NASA, que trabalha com Lyons. “Isso está muito além dos níveis conhecidos como tóxicos para a vida humana e animal na Terra”.

O estudo concluiu que a toxicidade do dióxido de carbono por si só restringe a vida animal simples a não mais do que metade da tradicional zona habitável. Para os seres humanos e outros animais de ordens superiores, que são mais sensíveis, a zona segura encolhe para menos de um terço dessa área.

Além disso, nenhuma zona segura existe para certas estrelas, incluindo duas das vizinhas do nosso Sol, Proxima Centauri e TRAPPIST-1. O tipo e a intensidade da radiação ultravioleta que essas estrelas mais frias emitem podem levar a altas concentrações de monóxido de carbono, outro gás mortal. O monóxido de carbono se liga à hemoglobina no sangue animal – o composto que transporta oxigênio pelo corpo. Mesmo pequenas quantidades podem causar a morte de células devido à falta de oxigênio.

O monóxido de carbono não pode se acumular na Terra porque o nosso Sol, mais quente e brilhante, gera reações químicas na atmosfera que o destrói rapidamente. Embora a equipe tenha concluído recentemente que bioesferas microbianas podem ser capazes de prosperar em um planeta com monóxido de carbono abundante, Schwieterman enfatizou que “estes certamente não seriam bons lugares para a vida humana ou animal como a conhecemos na Terra”.

Novos parâmetros
Os cientistas já confirmaram a existência de cerca de 4.000 planetas orbitando outras estrelas além do Sol, mas não podemos visitar nenhum deles pessoalmente. Eles estão simplesmente muito longe – com nossas tecnologias atuais de nave espacial, levaria 54.400 anos somente para chegarmos à estrela mais próxima do Sol, a Proxima Centauri b.
Usar telescópios para detectar a abundância de certos gases em suas atmosferas é uma das únicas maneiras de estudar esses chamados exoplanetas.

“Nossas descobertas fornecem uma maneira de decidir quais planetas devemos observar com mais detalhes”, afirmou Christopher Reinhard, ex-aluno de pós-graduação da Universidade da Califórnia e professor do Instituto de Tecnologia da Geórgia, um dos autores do estudo. “Nós poderíamos identificar planetas ​​com níveis de dióxido de carbono ou monóxido de carbono que provavelmente são muito altos para suportar vida complexa”.

Descobertas de trabalhos anteriores da equipe já estão informando missões espaciais como o Observatório de Exoplanetas Habitáveis ​​proposto pela NASA. Por exemplo, como o oxigênio é essencial para a vida complexa na Terra e pode ser detectado remotamente, a equipe vem estudando o quão comum pode ser em diferentes atmosferas de planetas.

A Terra é especial, temos que cuidar dela

Além da Terra, nenhum planeta em nosso Sistema Solar hospeda vida que pode ser caracterizada à distância. Se a vida existe em outras partes do Sistema Solar, está bem abaixo de uma superfície rochosa ou gelada. Então, exoplanetas podem ser nossa melhor esperança para encontrar mundos habitáveis mais parecidos com o nosso.

“Acho que mostrar como o nosso planeta é raro e especial só aumenta a necessidade de protegê-lo”, resumiu Schwieterman. “Até onde sabemos, a Terra é o único planeta no Universo que pode sustentar a vida humana”.

O trabalho da equipe foi publicado em um artigo na revista científica The Astrophysical Journal. [Phys]


Obrigado pela sua visita e volte sempre!
                      
Hélio R.M. Cabral (Economista, Escritor e Divulgador de conteúdos da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).

Membro da Society for Science and the Public (SSP) e assinante de conteúdos científicos da NASA (National Aeronautics and Space Administration) e ESA (European Space Agency).

Participa do projeto S`Cool Ground Observation (Observações de Nuvens) que é integrado ao Projeto CERES (Clouds and Earth´s Radiant Energy System) administrado pela NASA. A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como astrônomo amador.

Participa também do projeto The Globe Program / NASA Globe Cloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e U.S Department of State.




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