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Embora esteja atrás de outros países na corrida tecnológica, o Brasil tem condições para se destacar em algumas áreas de aplicação de inteligência artificial, acredita o pesquisador Roberto Imbuzeiro, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada.
Em 2019, o Brasil aderiu às recomendações do Conselho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre inteligência artificial (IA). Em 4 de fevereiro de 2020, foi apresentado na Câmara dos Deputados o projeto de lei n. 21/2020, que cria o marco legal do desenvolvimento e uso da inteligência artificial pelo poder público e pela iniciativa privada no país. E, um ano depois, o projeto segue aguardando designação de relator na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI).
Sistemas de inteligência artificial podem ser aplicados às mais diversas áreas do conhecimento, em qualquer setor que trabalhe com dados. É o que explica o matemático Roberto Imbuzeiro, pesquisador do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA).
"Inteligência artificial está baseada em métodos de computação e na disponibilidade de dados. Então, todos os setores em que há dados são setores em que você pode utilizar IA. Quanto mais dados, em princípio, melhor", afirma em entrevista à Sputnik Brasil.
Segundo o especialista, esses sistemas tentam, basicamente, encontrar padrões nos dados e tomar ações em função disso. Um bom exemplo, ele cita, é o Facebook. Essa rede social pega todas as informações referentes a um determinado usuário, estabelece uma relação entre "seus dados e seus gostos". A partir daí, o serviço fica apresentando anúncios e "coisas para atiçar sua curiosidade ou sua vontade de consumir" e "é assim que o Facebook ganha dinheiro".
"A gente vê que o Brasil tem, por exemplo, empresas líderes em agronegócio, produção de papel, na área de saúde, de exames de imagem. Enfim, a gente tem uma ampla gama de setores em que o Brasil está muito bem posicionado, inclusive no cenário internacional. E esses setores são, digamos assim, setores naturais para você introduzir, cada vez mais, a inteligência artificial."
Apesar dos inúmeros benefícios atribuídos a essa tecnologia, o que tem se discutido muito nos últimos tempos, de acordo com o matemático, são questões éticas e sociais em geral relacionadas ao uso de dados e às decisões tomadas pela IA.
"Tem se falado em racismo de métodos de inteligência artificial. Teve uma história que a busca de imagens do Google reconhecia fotos de pessoas negras como se fossem macacos. Isso não é exatamente um problema do método, isso é um problema dos dados. Provavelmente, os engenheiros do Google não treinaram o sistema de reconhecimento de fotos com dados suficientes de pessoas negras. E, assim como esse, há vários outros casos relacionados no mundo, envolvendo racismo, sexismo, envolvendo outras formas de injustiça, talvez. E isso, de fato, tem que ser abordado pela legislação. Mas eu acho que, talvez, o tema ainda não esteja maduro. Em nenhum lugar do mundo, há um consenso exatamente do que fazer, de quem são as responsabilidades e do que acontece."
São esses tipos de problemas que devem ser abordados no marco legal da IA, que ainda não tem previsão de ser votado.
"É um debate que está acontecendo agora, é uma coisa que a gente precisa entender melhor e, talvez, não seja o momento ainda de a gente codificar essas coisas em lei, o que é sempre um passo sério. Claro, tem a vantagem de proteger as pessoas. Mas também engessa as coisas bastante."
Apesar do grande potencial brasileiro, hoje, segundo Imbuzeiro, o Brasil está muito atrás de outros países nessa corrida tecnológica, que tem como grandes centros os Estados Unidos, a China e o Canadá.
"Mas a gente consegue fazer, dentro da nossa escala e usando os nossos dados, coisas que podem ser muito úteis. Não só internamente, para o nosso mercado, para o nosso povo, mas também externamente. Podem se tornar tecnologias pioneiras. Então, assim, a gente está atrás, mas eu vejo muita oportunidade de a gente saltar à frente pelo menos em algumas áreas de aplicação da IA."
Fonte: Sputnik News / 06-02-2021
https://br.sputniknews.com/opiniao/2021020416900007-brasil-pode-saltar-a-frente-em-areas-de-aplicacao-de-ia-segundo-especialista/
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HélioR.M.Cabral (Economista,
Escritor e Divulgador de conteúdos da
Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Climatologia).Participou do curso de
Astrofísica, concluído em 2020, pela Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC).
Autor do livro: “Conhecendo o Sol e outras Estrelas”.
Membro da Society for
Science andthePublic (SSP) e assinante de conteúdoscientíficos da NASA
(NationalAeronauticsand Space Administration) e ESA (European Space Agency).
Participa
do projeto S`CoolGroundObservation (Observações de Nuvens) que é integrado ao
Projeto CERES (CloudsandEarth´sRadiant Energy System) administrado pela NASA.A partir de 2019, tornou-se membro da Sociedade Astronômica
Brasileira (SAB), como astrônomo amador.
Participa também do projeto The GlobeProgram / NASA
GlobeCloud, um Programa de Ciência e Educação Worldwide, que também tem o
objetivo de monitorar o Clima em toda a Terra. Este projeto é patrocinado pela
NASA e National Science Fundation (NSF), e apoiado pela
NationalOceanicandAtmosphericAdministration (NOAA) e U.S DepartmentofState.
e-mail: heliocabral@coseno.com.br
Page:
http://pesqciencias.blogspot.com.br
Page:
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